Soneto 145
Soneto 145 |
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Those lips that Love's own hand did make, |
–William Shakespeare |
O Soneto 145 é um dos 154 sonetos de William Shakespeare. Faz parte da sequência de sonetos Dark Lady. Eles lidam com o orador (que geralmente é considerado o próprio William Shakespeare) e seu relacionamento com sua amante, a Dark Lady. Este soneto em particular tem sido objeto de algum debate. Alguns estudiosos acreditam que o poema foi realmente escrito para a esposa de Shakespeare, Anne Hathaway. A frase “hate away”, que soa como Hathaway, pode ter sido uma referência a ela.[1]
Provavelmente o poema mais criticado de Shakespeare{{Nota de rodapé|Alguns estudiosos chegam a duvidar que o Soneto 145 seja realmente de Shakespeare, pois, além da métrica única (tetrâmetro iâmbico entre os restantes pentâmetros iâmbicos), ele parece doce demais, ingênuo demais, comparado aos outros de Shakespeare.[2]
Traduções
Tradução de Milton Lins
O tradutor Milton Lins, talvez achando irregular este soneto em tetrâmetro iâmbico (octossílabo) entre todos pentrâmmetros iâmbicos, traduziu-o como heroico fosse, em decassílabos.
Aqueles lábios são ações de Amor
Sopradas pelo som que diz: "detesto",
Para mim, que chorei com todo ardor,
Quando ela viu o meu lamento presto.
Bem do seu coração parte o bom tino,
Ralhando com a língua, a luminar
Usada para dar doce destino,
E instruída outra vez para saudar:
"Detesto", ela explodiu com expressão,
E o que se viu foi um clarão de aurora
Seguir a noite; quem prefere o cão,
Do céu para o inferno - vai embora.
"Detesto" - e seu desgosto asseverou:
"Só gosto de você" - e me salvou.
Tradução de José Arantes Júnior
O tradutor José Arantes Júnior não manteve a métrica octossílaba do original, apresentando, no entanto, versos com ritmo irregular em sua versão portuguesa. [4]
Noite Maligna e Dia Encantador
Lábios, que as mãos do amor avivaram,
Sopraram um som que disse “eu odeio”,
E minhas forças do imo se definharam
Mas ao constatar meu triste devaneio,
Tocada no coração adveio a compaixão
Refreando a língua que, sempre amiga,
Fora usada para uma gentil avaliação
E mudou para algo que o sutil abriga;
“eu odeio”, ela se alterou na dicção,
já foi seguido por um dia encantador,
que seguiu à noite de maligna feição
e foi embora com um tino regenerador;
“eu odeio” foi embora com o que vivi,
e me deu a vida ao dizer: “não a ti”.
Notas e referências
Notas
Referências
- ↑ «Sonnet 145 by William Shakespeare» (em inglês). Consultado em 25 de dezembro de 2024
- ↑ «Shakespeare's Unloved Sonnet 145» (em inglês). Consultado em 25 de dezembro de 2024
- ↑ SHAKESPEARE, William - Sonetos de William Shakespeare / tradutor: Milton Lins. Recife: FacForm, 2005. ISBN 978-85-98896-04-5
- ↑ José Arantes Júnior. «Sonetos completos de William Shakespeare» (PDF). Consultado em 25 de dezembro de 2024