Armazi (deus)
Armazi ou Armaz (em georgiano: არმაზი), de acordo com as crônicas georgianas da Idade Média, era a divindade suprema no panteão do Reino da Ibéria pré-cristã.[1]
Armazi | |
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Local de culto | Ibéria |
História
editarA tradição literária georgiana credita ao primeiro rei da Ibéria, Farnabazo I (século III a.C.), a elevação do ídolo Armazi – supostamente nomeado em sua homenagem – numa montanha em sua capital, e a construção da fortaleza de Armazi.[2] A Vida de Nino (século IX ou X) descreve a estátua de Armazi como "um homem de bronze em pé; preso ao seu corpo estava uma armadura dourada de correntes, em sua cabeça um capacete forte; para os olhos, tinha esmeraldas e berilos, em suas mãos, segurava um sabre brilhando como um relâmpago e girava em suas mãos".[3] O mesmo relato afirma que Santa Nina (século IV) testemunhou a celebração de uma grande festa de dedicação ao ídolo, e quando começou a rezar, o ídolo foi queimado por um raio.[4]
A divindade hitita/luvita Arma era o deus da lua e aparece num grande número de nomes pessoais teofóricos (por exemplo, Armaziti, "Homem de Arma").[5] O nome Armazi, bem como Armavir, uma das capitais do Reino da Armênia, pode ter se originado desse deus.[6] No relato de Moisés de Corene a respeito da destruição dos ídolos por Santa Nina, alega-se que ela destruiu o ídolo de Aramasde, o deus maior do panteão armênio, implicando que havia uma correlação entre essas divindades. Ambas eram divindades tidas como associadas ao trovão e Aramasde, em particular, foi reinterpretado no Período Helenístico como Zeus pelos gregos.[7] A conversão da Ibéria menciona brevemente uma longa contenda entre Armazi e o deus dos caldeus Itruxana que reflete uma tendência nos textos georgianos de distinguir a religião ancestral georgiana, que estava ligada aos ídolos, e a religião iraniana, associada ao culto ao fogo sagrado.[8]
Referências
- ↑ Jordan 1993, p. 25.
- ↑ Petrosyan 2015, p. 194-195.
- ↑ Petrosyan 2015, p. 195.
- ↑ Rapp 2003, p. 277-278.
- ↑ Hyllested 2011, p. 1.
- ↑ Petrosyan 2015, p. 187, 197-199.
- ↑ Petrosyan 2015, p. 188.
- ↑ Shenkar 2014, p. 25.
Bibliografia
editar- Hyllested, Adam (2011). «Hittite arma- 'moon' and Indo-European rites of passage». Copenhague. IE Matters Even More
- Jordan, Michael (1993). Encyclopedia of gods: over 2,500 deities of the world. Nova Iorque: Facts on File
- Petrosyan, Armen (2015). Problems of Armenian Prehistory. Myth, Language, History. Erevã: Gitutyun. ISBN 9785808012011
- Rapp, Stephen H. (2003). Studies In Medieval Georgian Historiography: Early Texts And Eurasian Contexts. Lovaina: Peeters Publishings. ISBN 90-429-1318-5
- Shenkar, Michael (2014). Intangible Spirits and Graven Images: The Iconography of Deities in the Pre-Islamic Iranian World. Brill: Leida