Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
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O Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) é o sistema oficial de classificação de solos do Brasil, que se propõe a ser um sistema hierárquico de classificação e consolidar a sistematização taxonômica que expresse o conhecimento para a discriminação de classes de solos identificadas no País. Onde atualmente os solos agrupados em 13 ordens de solo.[1]
Ordens de Solos
editarArgissolo
Cambissolo
Chernossolo
Espodossolo
Gleissolo
Latossolo
Luvissolo
Neossolo
Nitossolo
Organossolo
Planossolo
Plintossolo
Vertissolo
Descrição
editarO SiBCS é conhecido como um sistema de classificação de abrangência nacional sob a responsabilidade da comunidade de Ciência do Solo do país, composta por um Comitê-Executivo Nacional assessorado por colaboradores regionais e núcleos locais de discussão das áreas de gênese, morfologia e classificação de solos. É coordenado pela Embrapa Solos e com parcerias com instituições de ensino e pesquisa. O SiBCS é um sistema hierárquico, multicategórico e aberto, o que permite a inclusão de novas classes e remoção de classes antigas, tornando possível a classificação de todos os solos do território nacional[2]
Os pontos de referência iniciais para a 1ª e a 2ª edições foram a 3ª aproximação do Sistema (Camargo et al., 1988a) e as seguintes publicações: Mapa mundial de suelos (FAO, 1990), Référentiel pédologique français e Référentiel pédologique (Association Française pour L’Étude du Sol, 1990, 1995), Keys to soil taxonomy (Estados Unidos, 1994, 1998, 2006, 2010) e World reference base for soil resources (FAO, 1994, 1998, 2006).[3]
Divisão
editarEssas classes são divididas em seis níveis categóricos, sendo eles:
- 1. Ordem
- 2. Subordem
- 3. Grande Grupo
- 4. Subgrupo
- 5. Família
- 6. Série
- 5. Família
- 4. Subgrupo
- 3. Grande Grupo
- 2. Subordem
Etimologia
editarEtimologia dos termos utilizados no 1º nível categórico do SiBCS (ordens) e principais características associadas.
Nomenclatura | Etimologia | Caracteristica Associada |
---|---|---|
ARGISSOLOS | Do latim "argilla", conotando solos com processo de acúmulo de argila illuvial ou não. | Horizonte B textural; argila de baixa atividade (Tb); ou argila de alta atividade (Ta) conjugada baixa saturação de bases e/ou caráter alítico. |
CAMBISSOLOS | Do latim "cambiare", trocar; conotativo de solos em formação (transformação). | Horizonte B incipiente |
CHERNOSSOLOS | Do russo "cher", negro; conotativo dos solos ricos em matéria orgânica e coloração escura. | Horizonte A chernozêmico; coloração escura e elevada saturação por bases no horizonte B textural ou B incipiente |
ESPODOSSOLOS | Do grego "spodos" cinza vegetal, solos com horizontes subsuperficial com acúmulo de materiais orgânicos associados à presença de Al e/ou Fe. | Horizonte B espódico |
GLEISSOLOS | Do russo "gley" , massa de solo pastosa; conotativo de excesso de água. | Horizonte glei; cor acinzentada; feições redoximórficas |
LATOSSOLOS | Do latim "lat", material altamente alterado; conotativo de elevado teores de óxidos de Al e/ou Fe. | Horizonte B latossólico |
LUVISSOLO | Do latim "luere", lavar, conotativo do acúmulo de argila nos horizontes subsuperficiais. | Horizonte B textural, saturado com bases e acúmulo de argila de alta atividade (Ta). |
NEOSSOLOS | Do grego "neos", novo, jovem. Conotativo de solos em início de formação ou pouco desenvolvidos. | Pouco desenvolvimento, sem horizonte diagnóstico de subsuperfície. |
NITOSSOLOS | Do latim "nitidus", brilhante; conotativo de superfícies brilhantes nas unidades esturturais (cerosidade). | Horizonte B nítico |
ORGANOSSOLOS | Do grego "organikós", pertinente ou próprio dos compostos de Carbono. Conotativo de solos com maior expressão do carbono orgânico. | Horizonte hístico (H ou O) |
PLANOSSOLOS | Do latim "planus", plano, horizontal; conotativo de solos desenvolvidos sob a influência de encharcamento superficial estaciona (lençol suspenso devido ao relevo plano) | Horizonte B plânico |
PLINTOSSOLOS | Do grego "plinthos", tijolo; conotativo de material argiloso colorido (vermelho e/ou amarelo) que endurecem irreversivelmente quando secos. | Horizonte plíntico |
VERTISSOLOS | Do latim "vertere", virar/inverter; conotativo do movimento do material de solo na superfície até subsuperfície do solo (expansão e contração) | Horizonte vértico |
Horizontes Diagnósticos
editarHorizontes diagnósticos remetem-se à camadas aproximadamente perpendiculares à superfície do solo, existentes no pedon, que exibem uma identidade típica, dada por atributos como textura (areia, silte e argila), mineralogia, espessura, coloração e matéria orgânica. Este atributo é um dos fatores usados na classificação de solos pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
Horizontes Superficiais
editarEquivale aos epipedons da Taxonomia de Solos dos Estados Unidos.
- 1. Horizonte Hístico (ver em Organossolo)
- 2. Horizonte A Chernozêmico
- 3. Horizonte A Húmico
- 4. Horizonte A Proeminente
- 5. Horizonte A Antrópico
- 6. Horizonte A Fraco
- 7. Horizonte A Moderado
Horizontes Subsuperficiais
editar- 1. Horizonte B Textural (Bt)
- 2. Horizonte B Latossólico (Bw) (ver em Latossolo)
- 3. Horizonte B Inicipiente (Bi)
- 4. Horizonte B Nítico (Bn)
- 5. Horizonte B Espódico (ver em Espodossolo)
- 6. Horizonte B Plânico (ver em Planossolo)
- 7. Horizonte E Álbico
- 8. Horizonte Plíntico (ver em Plintossolo)
- 9. Horizonte Concrecinário (ver em Plintossolo)
- 10. Horizonte Litoplíntico (ver em Plintossolo)
- 11. Horizonte Glei (ver em Gleissolo)
- 12. Horizonte Cálcico
- 13. Horizonte Petrocálcico
- 14. Horizonte Sulfúrico
- 15. Horizonte Vértico (ver em Vertissolo)
- 16. Horizonte Fragipã
- 17. Horizonte Duripã
Índice Ki
editarO índice Ki foi originalmente proposto por Harrassovitz para indicar a relação molar SiO2/Al2O3 da seguinte forma: [4]
Devido ao fato do índice Ki da caulinita corresponder a 2,0, esse valor foi estabelecido como referencial. Solos muito intemperizados foram sujeitados à perda de sílica, por essa razão seu Ki < 2,0; enquanto solos pouco intemperizados contém mais sílica no sistema, assim seu Ki > 2,0.
No Brasil, é um dos referenciais empregados na definição de horizonte B latossólico (cujo Ki < 2,2).
Graus de estrutura
editarEstão relacionados às condições de coesão dentro e fora dos agregados (percentual de agregação das partículas). São avaliados no campo (in loco), observando-se conjuntamente tanto a maior ou menor facilidade de separação das unidades estruturais seguindo suas superfícies de fraqueza, quanto a quantidade percentual de agregados na massa do solo; sendo definidas as seguintes classes de estrutura:[4]
- 1. Sem agregação
- Agregados não discerníveis.
- 2. Fraco
- Agregados pouco nítidos (difícil separação) e com proporção inferior a de material não agregado. Exemplo: alguns horizontes B incipientes e alguns horizontes B texturais de textura média.
- 3. Moderado
- Nitidez intermediária com quantidade percentual equivalente de unidades estruturais (agregados) e material não agregado. As unidades estruturais são bem evidentes in situ.
- 4. Forte
- Agregação nítida, com separação fácil dos agregados e praticamente inexistência de material não-agregado. Exemplo: Estrutura tipo “pó de café” (granular pequena) do horizonte B de Latossolos Vermelhos distroférricos e eutroférricos (Latossolos Roxos); e estrutura tipo “grãos de milho” (granular média) de Nitossolos Vermelhos (Terras Roxas Estruturadas).
A estabilidade dos agregados do solos (também denominados peds) é resultado da aproximação e cimentação das partículas do solo, processos esses regulados por diversas substâncias de natureza mineral ou biológica, através de mecanismos físicos, químicos e biológicos. À curto prazo, a agregação do solo é mais influenciada pela natureza dos constituintes orgânicos do que pela matéria orgânica per si.[5]
Ver também
editarReferências
- ↑ SANTOS, HUMBERTO GONÇALVES; et al. (2018)
Sistema Brasileiro De Classificação De Solos. Acessar
5. ed. rev. e ampl. Brasília, DF : Embrapa. - ↑ KER, JOÃO CARLOS; et al. (2012)
Pedologia: Fundamentos.
Viçosa - Minas Gerais: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. - ↑ UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE (2014).
Keys To Soil Taxonomy. «Acessar»
Natural Resources Conservation Service, 14th edition. - ↑ a b INSTITUTO BRASILEIRO GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (2005).
Manual Técnico De Pedologia. Acessar
Manuais Técnicos em Geociências, 2ª ed., n.4. - ↑ SILVA, I.F. & MIELNICZUK, J. (1998)
Sistemas De Cultivo e Características Do Solo Afetando a Estabilidade De Agregados.
Revista Brasileira Ciência do Solo, v. 22, n. 2, p. 311-317. Acessar