ABDOME AGUDO
Abdome agudo é uma condição clínica que tem como ANAMNESE: é importante deve ser minuciosa e
principal sintoma a dor abdominal aguda, bem abrangente, de modo a perguntarmos e
necessitando de avaliação e tratamento rápidos, seja entendermos sobre:
este cirúrgico (maioria dos casos) ou não.
• Dados gerais: idade, sexo
♦ O diagnóstico precoce é essencial para diminuir
• Avaliação da dor e sintomas associados
morbimortalidade
• História de crises semelhantes
♦ Anamnese detalhada e exame físico minucioso são
muito importantes, mais do que exame • Hábitos: alcoolismo, tabagismo, drogas ilícitas
complementar
• Antecedentes cirúrgicos (incluindo cesáreas)
♦ A primeira avaliação é a mais importante, porque
• Comorbidades
a analgesia subsequente pode alterar o exame físico
— controverso (pois a irritação peritoneal estará • Uso de medicações: opioides, AINES,
presente mesmo sob analgesia) anticoagulantes, imunossupressores, ACO
♦ Avaliações seriadas pelo mesmo médico são a • Data da última menstruação, informações sobre
melhor forma de determinar a progressão ou a ciclos menstruais, antecedentes ginecológicos,
resolução da doença o mesmo médico conseguirá corrimento vaginal Excluir gestação! Se paciente
ver a evolução do caso = mesmo ótica e em idade fértil, sempre solicitar b-HCG (pode vir +
considerações. em gravidez ectópica)
FISIOPATOLOGIA DA DOR ABDOMINAL: podemos • As 10 dimensões da DOR: Tipo, Duração,
classificar os tipos de dor em: Evolução, Localização, Intensidade, Irradiação,
Relação com funções orgânicas, Fatores
• Dor somática ou parietal: tem origem no peritônio
desencadeantes/ agravantes, Fatores que aliviam,
parietal, é constante, fixa e se acentua com os
Manifestações associadas e cronologia (náuseas,
movimentos, o paciente fica imóvel (peritonite).
vômitos, constipação, diarreia, febre, melena,
• Dor visceral: provocada por distensão ou contração hematúria, disúria, coluria, sudorese, anorexia...)
de vísceras ocas, de localização imprecisa, que faz o
EXAME FÍSICO: deve ser feito de forma completa
paciente se movimentar constantemente (dor tipo
e é igual para todos os pacientes:
cólica) paciente fica agitado.
• Geral: Estado geral, icterícia, febre, palidez
• Dor referida ou irradiada: dor de origem intra-
cutâneo-mucosa, desidratação, PA, pulso,
abdominal que se manifesta em área
padrão respiratório, nível de consciência
anatomicamente distante, por compartilhar os
• Atenção aos sinais de comprometimento
mesmos circuitos neurais centrais (dor no ombro
sistêmico: instabilidade hemodinâmica/sepse
direito por irritação do diafragma) ex: dor
(taquicardia, taquipnéia, hipotensão, sonolência
epigástrica que irradia para o dorso: pancreatite.
pct. agitado pode ser choque, não só dor)
• Atentar aos medicamentos do paciente (ex. # OBSTRUTIVO: a principal causa é estenose pós-
beta-bloqueadores podem mascarar taquicardias) cirurgia e a 2º é tumor. Manifesta-se com
• Exame cardiopulmonar para descartar causas não distensão, parada de eliminação fezes e flatus (sub-
abdominais ocluido: ainda consegue eliminar flutus / obstruído:
quando para até de eliminar flatus),
• Inspeção: distensão, abaulamentos, cicatrizes, náuseas/vômitos (devemos dar anti-eméticos). O
hérnias, equimoses. — sempre expor da região inicio da dor é variável cuidado pois os pacientes
tóraco-abdominal até região inguinal negam o inicio da dor por medo de tumor. OBS:
• Ausculta: RHA ausentes, aumentados, metálicos não usar opioides.
• Percussão: distensão gasosa, ascite, peritonite
# VASCULAR/ISQUÊMICO: com dor intensa súbita,
localizada ou difusa
tipo cólica, desproporcional ao exame físico (pode
• Palpação: localização da dor, massas,
ter abdome inocente: quase nada de dor no
visceromegalias, massa pulsátil, peritonismo,
abdome), podendo evoluir para peritonite. Tempo
Blumberg (apendicite), Sinal de Murphy (= à
de início da dor e admissão no PS: geralmente
palpação paciente para inspiração por dor - ex
curto. Tempo de evolução: normalmente 6h (curto)
vesícula) devemos ficar falando com o
→ muitos pacientes chegam só após o tempo
paciente enquanto fazemos isso, assim ele é
possível de tratamento, o que é difícil de salvar a
distraído = exame mais fidedigno
vida.
• Toque retal (fecaloma) e toque vaginal/bimanual
(apenas se suspeita de DIP = doença inflamatória # HEMORRÁGICO: pode ter causas traumáticas,
pélvica) tumores, uso de anticoagulantes, entre outros.
Manifesta-se com dor súbita e sinais de choque
APRESENTAÇÕES CLÍNICAS: os tipos de abdome
hipovolêmico (paciente pode já chegar com choque).
agudo são:
Quando há sangue fora dos órgãos = irrita o
# INFLAMATÓRIO: dor insidiosa e com piora peritônio = dor. Tempo de início da dor e admissão
progressiva (por isso o tempo até o atendimento é no PS: geralmente curto
+ longo), febre (ou não), peritonite localizada ou
EXAMES COMPLEMENTARES: alguns exames
difusa (Blumberg + apenas em apendicite). Tempo
podem nos auxiliar, mas os exames devem ser
de início da dor e admissão no PS: geralmente longo
direcionados para a suspeita clínica, haja visto que
# PERFURATIVO: dor com piora súbita, intensa, o excesso de exames onera o sistema e atrasa o
aguda e persistente, peritonite, palidez, sudorese, tratamento definitivo, ou seja, não podemos pedir
evoluído para o choque séptico se não tratado (por tudo para todos.
contaminação da cavidade). Tempo de início da dor
➜ Antibióticos só devem ser iniciados após coleta
e admissão no PS: geralmente curto (o paciente
dos exames iniciais — atentar pra sepse.
até pode estar com dor, mas o momento que
Entretanto, não podemos retardar o inicio do ATB
perfura/ fura é marcado como a pior dor da vida –
por conta da coleta dos exames (podemos esperar
depois diminui um pouco a dor, mas ela se mantém
até 1 hora -> se for + que isso = iniciamos o ATB).
permanente.
➜ Nos pacientes instáveis, a coleta e a realização ➼ Abdômen Agudo Perfurativo:
de exames complementares não deve atrasar as
- Rx de abdome agudo conseguimos ver se tem
medidas para estabilização nem a avaliação por
pneumoperitônio
cirurgião
- USG Abdome não ajuda! = não vemos nada, só se
➜ Gerais: hemograma completo, amilase (eleva em
tem liquido ou não
quadros abdominais = é muito sensível, mas pouco
específica), beta-HCG, EQU, eletrólitos, função - TC de abdome com contraste VO (pouco usado)
renal, coagulograma e EV (+ usado) se Raio-X não esclarecer
➜ Direcionados pela história: lipase (+ especifica – ➼ Abdômen Agudo Obstrutivo:
para pancreatite), bilirrubina total e frações, TGO,
- Rx de abdome agudo
TGP, FA, GGT, glicemia
- USG Abdome não ajuda! (como o perfurativo)
➜ Se sinais de instabilidade: gasometria arterial e
lactato = são exames preditivos de sepse e - TC de abdome com contraste VO (pouco usado)
mortalidade e EV (+ usado) se não houver resolução do caso em
48 hrs de tratamento clínco
➜ Se sepse/choque séptico: hemocultura e/ou
urocultura, de acordo com o foco sangue ➼ Abdome Agudo Vascular:
periférico: coletamos em 2 acessos) / se paciente - Rx de abdome agudo
faz quimio e tem cateter central de Tanaka:
coletamos 2 amostras – 1 periférica e 1 cateter / - USG abdome não ajuda!
não pedimos mais escarro em quadros pulmonares - TC Abdome com contraste EV e VO — ANGIO-
➜ Outros exames podem ser colhidos de acordo com TC (fase arterial e portal) é o melhor exame = só
as comorbidades fazemos diagnóstico com esse exame Problema:
demora
EXAMES DE IMAGEM: devem ser feitos de acordo
com o tipo de problema: OBS: se aparecer ar na bolsa intestinal = sinal de
sofrimento vascular = pneumotórax intestinal
➼ Abdômen Agudo Inflamatório: depois de 6 horas não há mais tratamento a se
- Rx de abdome agudo: rx de tórax AP, rx simples fazer (não temos mais o que fazer)
de abdome em ortostatismo e em DLE (decúbito ➼ Abdômen Agudo Hemorrágico:
lateral) Possível visualizar: sinais de oclusão ou
pneumoperitônio. Esse exame não fecha diagnostico - Rx de abdome agudo: RX de tórax AP, RX simples
para nada. Devemos realiza-lo em pé de abdome em ortostatismo e em DLE (para
descartar outras causas)
- US Abdome total é diagnóstico na maioria dos
casos Principalmente para via biliar xxxxxxx - USG Abdome é o exame mais importante, pode
- TC de abdome com contraste VO e EV se US não ser necessária USG transvaginal FAST: pacientes
esclarecer ou em forte suspeita de diverticulite instáveis → aparece líquido livre
aguda ou pancreatite aguda grave é o + realizado - TC de Abdome em casos selecionados
OBS.: Videolaparoscopia pode ser diagnóstica e
terapêutica
TRATAMENTO: na maioria das vezes, a definição • Febre aparece tardiamente (ou seja, não aparece
da síndrome clínica permite iniciar o tratamento no início, não é muito alta)
(na maior parte das vezes começamos com ATB),
• Exame físico: Blumberg (pode ou não ser positivo,
mesmo sem o diagnostico etiológico preciso.
ponto McBurney se a pessoa tem o apêndice
O tratamento definitivo depende do diagnóstico retroceceal = não tem irritação peritoneal =
correto da etiologia do abdome agudo – cirúrgico na Blumberg negativo // exame especifico para
grande maioria dos casos. apendicite), sinal do psoas, sinal de Lenander, sinal
de Rovsing OBS: a base do apêndice (onde cortamos) tem
que estar boa para podermos corrigir
(Geralmente por fecálito – pode ser por sementes
Apendicite complicada = ruim de operar
Pode perfurar o ceco e contaminar o
abdomem
• O diagnóstico é eminentemente clínico — mas, na
prática, solicitamos exames de imagem = NÃO
devemos operar sem exames de imagem
PATOLOGIAS MAIS FREQUENTES: • Em crianças menores de dois anos, mulher em
nesse momento vamos abordar as patologias que são idade fértil e idosos (acamados) o diagnóstico é mais
mais frequentes de causarem/ estarem relacionadas difícil
com o abdome agudo:
• USG abdome tem sensibilidade de até 85% (mais
APENDICITE AGUDA: mais comum entre 10 e 30 difícil de visualizar e é operador dependente) e TC
anos, mas pode ocorrer em qualquer idade (até abdome de 90 a 100% para o diagnóstico = fecha
mesmo idosos) o diagnóstico)
• Quadro clínico clássico: dor inespecífica difusa peri- • Tratamento: cirúrgico
umbilical que migra para FID, associada a náuseas
• Antibióticos EV: tratamento conservador (pouco
(sem vômitos) o diagnóstico em estágios precoce
feito – ainda controverso) – pode ser profilático
pode ser difícil por conta da inespecificidade dos
sintomas – parece que a dor é de cólica renal por • Sempre se lembre que é mais fácil ter um
ser uma dor peritoneal mas, normalmente, após diagnóstico que se apresenta de uma forma
24hrs essa dor migra para FID). diferente do habitual, do que uma doença rara.
• Anorexia está presente em 50% dos casos
COLECISTITE AGUDA: quadro clínico clássico: dor OBS: lembre-se que a via biliar tem muita variação
epigástrica (se tem essa dor pedimos ECG para DD anatômica
de IAM) e HD (hipocôndrio direito), acompanhado
de náusea, vômito — piora ao comer.
• Diagnóstico diferencial: cólica biliar, colecistite
aguda, colangite, pancreatite aguda
• Tratamento: iniciamos com antibiótico EV,
hidratação, sintomáticos. Se o paciente tem cólica
biliar: não damos ATB.
Se a dor iniciou até 72h = cirurgia (laparoscopia é
padrão-ouro). Mas se iniciou há mais de 72h do
início da dor = tratamento clinico e cirurgia eletiva.
Cirurgia se não houver evolução favorável todas
essas escolhas são controversas
• Microcálculos são sempre pior, pois podem sair da
vesícula biliar e impactar no ducto cístico ou
COLECISTITE ALITIÁSICA: é a vesícula inflamada
colédoco.
por estase da bile, sem cálculo. Comum em
• Atentar para COLEDOCOLITIASE: icterícia pacientes politraumatizados, pós-operatório de
colestática (obstrução do colédoco leva a icterícia, grandes cirurgias, internados em UTI, pacientes
as custas de bilirrubina direta, pode ser flutuante). internados há muito tempo, pacientes com muito
Alteração de enzimas hepáticas e canaliculares (GGT NPO,
= sempre elevado em coledocolitiase! e FA sempre
• Fatores de risco: choque, IRA, uso de NPT, febre,
elevadas).
jejum prolongado, restrição hídrica, desidratação,
ColangioRNM (é o melhor exame, melhor que CPRE, uso de opioides
para ver via biliar; não tem contraste; se tem
• Fisiopatologia: aumento da viscosidade da bile e
cálculo impactado, fazemos CPRE) se
hipoperfusão da vesícula biliar — estase funcional =
coledocolitíase. Devemos fazer CPRE (é um exame
proliferação bacteriana.
diagnostico e terapêutico, mas bem invasivo) ->
esperar 48hrs (para ver se não teve pancreatite • Diagnóstico difícil — leucocitose, febre, distensão
pós-CPRE) e fazer a VCCT (vídeo colecistectomia) abdominal = sintomas comuns em pacientes
em mesma internação hospitalar. internados há muito tempo (paciente começa com
febre – fazemos todos os labs e não tem alteração
• OBS.: pacientes diabéticos podem não ter dor e
– podemos fazer eco a beira leito = diagnóstico)
tem indicação sempre de cirurgia.
• Confirmação com USG abdome (à beira do leito)
OBS: Vesícula em porcelana: indicado colecistectomia
mesmo sem quadro agudo • Tratamento: cirúrgico
COLANGITE: infecção das vias biliares (tem pus • Quadro clássico: dor em abdome superior de início
dentro da vesícula biliar). É um quadro grave com súbito, intensa, em faixa, com irradiação para dorso,
alta morbimortalidade! = mata independentemente associada a náuseas e vômitos — alivia em posição
da idade. antálgica. Quando o paciente come = tem dor (tto:
deixamos em NPO – mas depende)
• Causas: obstrução das vias biliares (cálculos) =
principal causa = coledocolitiase → estase biliar → • Amilase sérica 3x acima do normal, após 6h do
proliferação bacteriana → via biliar deixa de ser início da dor, tem sensibilidade de 70-80%
estéril (tem um foco infeccioso que vai para todo
• Aumento da lipase tem sensibilidade de 85-100%
o corpo); Síndrome de Mirizzi (quando o ducto
(também é mais específica) e permanece elevada
cístico gruda no ducto colédoco); Estenoses
por mais tempo = mas demora para elevar
benignas; Tumores (extrínseco =obstrui /
intrínseco)i; Instrumentalização (material cirúrgico • Pancreatite grave e não-grave = utilizamos para
deixa de ser estéril diferenciar: Critérios de Ranson, Apache II,
Classificação de Atlanta, Critérios de Balthazar
• Paciente normalmente já chega ao serviço em
sepse. • Tratamento clínico: jejum (controverso),
hidratação, sintomáticos — reintroduzir dieta o
• E.Coli, Klebisiella, Enterobacter
mais precoce possível
• Tríade de Charcot*: Dor quadrante superior direito
• Como não é um quadro infeccioso, mas sim
+ Febre com calafrios + Icterícia
inflamatório = não precisamos dar ATM ao
• Hipotensão + Rebaixamento do sensório = Pêntade diagnóstico
de Reynolds — associada a sepse
• Nos casos graves, iniciar antibiótico EV e
OBS: aumento de bilirrubina ocorre quando o programar TC Abdome em 48h
paciente está séptico (mas não aumenta tanto
DIVERTICULITE: são bolsas/ saculações que se
quanto em uma colangite)
formam entre as fibras musculares → acúmulo de
• Diagnóstico: Clínico, além de US / TC / Colangio- fezes → infecção local por proliferação bacteriana
RM / Ultrassonografia endoscópica E CPRE: padrão
• Causas: dieta pobre em fibras — constipação,
ouro — diagnóstica e terapêutica (já drenamos e
Obesidade, Tabagismo
desobstruímos).
• Mais comum em pacientes acima de 40 anos, mas
PANCREATITE AGUDA: é um processo inflamatório
vemos o acometimento de pacientes mais c=jovens
pancreático (não é processo infeccioso), provocando
cada vez mais, por conta do estilo de vida.
edema, hemorragia e até necrose pancreática e
ativação da resposta inflamatória sistêmica — SIRS • Clínica semelhante à apendicite, porém em FIE
• Etiologia: biliar (1º causa), alcoólica (etilismo) = • Em idosos, pode ter evolução arrastada, sem
2º principal causa, hipertrigliceridemia = 3 principal febre, sem sinais de irritação peritoneal
causa, pós-traumática, hipercalcemia,
• TC abdome é o exame padrão-ouro para o
medicamentosa
diagnóstico e classificação (critérios de Hinchey)
• Diverticulite não complicada = tratamento clínico: DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA: é comum em
antibióticos, dieta pobre em resíduos, sintomáticos mulheres com vida sexual ativa
• Diverticulite complicada = tratamento cirúrgico • Importante: eleva risco de gravidez ectópica e
(cada vez mais operamos menos, pois se extravasa, infertilidade no futuro
o conteúdo fica ali = o corpo bloqueia a
• Diagnóstico diferencial com apendicite
disseminação)
• Ascensão de microorganismos do trato genital
• Classificação de Hinchey = dita o tratamento:
inferior — polimicrobiana (gonococo e clamídia)
• Hinchey 1: abscesso localizado ATB
• Espectro de comprometimento: endometrite,
• Hinchey 2: abscesso no mesentério/ bem localizado salpingite, abscesso tubo-ovariano, peritonite
punção guiada (estourou, mas se manteve purulenta
encapsulado)
• Tratamento ambulatorial: sem comprometimento
• Hinchey 3: perfuração para cavidade evolui com sistêmico/sepse
anastomose (aperamos para lavar)
• Tratamento hospitalar: sepse, abscesso tubo
• Hinchey 4: perfuração + fezes na cavidade ovariano, peritonite, gestantes, imunodeficientes,
causando peritonite por pus operamos, mas é sem resposta ao tratamento clínico
uma catástrofe
• Cirurgia nos casos de peritonite difusa ou falha no
tratamento clínico
• Tratar o parceiro! devemos perguntar quantos
parceiros a mulher tem = tratar todos.
ABDOME AGUDO VASCULAR: Ex: isquemia
mesentérica
• Alta mortalidade
• Causa relevante de óbito em pacientes internados
em UTI
• Diagnóstico (angiotomografia) e tratamento
precoce (até 6h do início da dor) aumentam a
sobrevida mas é difícil o paciente chegar no
serviço nesse tempo
• Requer alto índice de suspeição, pois os sintomas
são inespecíficos no início do quadro (paciente só
tem dor abdominal, mais nada no exame físico)
• Pode ser confundido com quadro de obstrução
intestinal
• Etiologia: Isquemia arterial oclusiva Embolia • Tratamento> hidratação, SNG aberta em frasco,
(50%), Trombose (20%), Isquemia arterial não- prócinéticos (para aumentar a motilidade
oclusiva (25%) e Trombose venosa (5% = não intestinal), cirurgia.
operamos, tratamos com anticoagulantes).
• Não podemos esquecer da Translocação Bacteriana!
• Pode ter uma claudicação abdominal: trombo que = sempre devemos iniciar com ATB.
acomete 50% da luyz do vaso Após 1 – 2 horas
-------------
de comer = começa com dor, mas ao fazer a
digestão com o tempo = dor passa. É um quadro Lembrar que...
de difícil diagnóstico.
• Anamnese e exame físico bem feitos são a chave
ABDÔMEM AGUDO PERFURATIVO: é uma para uma boa prática médica
peritonite secundaria à perfuração de víscera oca =
• Nos casos iniciais em que o diagnóstico não está
causa pneumoperitônio.
claro e o paciente apresenta bom estado geral, não
• Pode ser causado por úlceras pépticas (não esquecer de orientar ao paciente sinais de alarme
necessariemente precisamos biopsiar) ou úlceras para retorno
gástricas (precisamos biopsiar em busca de
• Em casos duvidosos, avaliações seriadas, de
neoplasia), além de perfuração de intestino delgado
preferência pelo mesmo médico, são a melhor forma
(por corpo estranho, citomegalovírus, tuberculose)
de definir progressão ou resolução da doença
e perfuração de cólon (tumor, diverticulite).
• Nem tudo que parece é...
• Na imagem, vemos pneumoperitônio
• Tratamento: cirúrgico!
ABDÔMEM AGUDO OBSTRUTIVO: é mais comum
no intestino delgado do que no cólon, podendo ser
uma obstrução alta (acima da válvula íleo-cecal) ou
baixa.
• Pode ser funcional (causas metabólicas ou
infecciosas) ou mecânica
• Principais causas: bridas, hérnias (todos os tipos
que tiverem garroteamento de alça),
intussuscepção, volvo (cólon distende e faz uma
volta nele mesmo = isso não é funcional), corpo
estranho e histórico de cirurgia.
• Predomínio da distensão ou de vômitos dependerá
da altura da obstrução