Abgar V de Edessa

rei de Osroena, Mesopotâmia

Abgaro, o Negro (em siríaco: ܐܲܒܓܵܪ ܐܘܼܟ݁ܵܡܵܐ; romaniz.: Abgār Ukkāmā), ou Abgar V de Edessa (reinou entre 4 a.C. - 7 d.C. e 13 - 50) foi rei do reino de Osroena, situando a sua capital em Edessa, na Mesopotâmia (actual Síria), também designada por Aram-Naharaim no Velho Testamento. De acordo com uma lenda muito antiga, Abgaro foi convertido ao cristianismo por Addai,[2] um dos Setenta e Dois Discípulos de Jesus (em Lucas 10:1–20).

Abgar V de Edessa
Rei da Osroena

Abgar e o Mandílio
Reinado 4 a.C./ 7 d.C - 13 d.C./ 50 d.C.
Santo Abgar
Veneração por Igrejas Ortodoxas Orientais (em especial a Igreja Apostólica Armênia);
Igreja Católica (em especial a Igreja Católica Armênia);
Igreja Ortodoxa
Festa litúrgica 19 de junho (Igreja Latina)[1]

Na História do cristianismo, a história do rei Abgaro de Edessa que, acometido por uma doença incurável (talvez lepra) e tendo ouvido falar dos famosos poderes milagrosos de Jesus, lhe escreveu uma carta, reconhecendo-lhe a divindade, pedindo-lhe a cura da sua doença e oferecendo-lhe abrigo no seu palácio; a tradição indica que Jesus lhe respondeu por escrito indicando que não se poderia deslocar a Edessa, mas prometendo que, depois da sua Ascensão, lhe enviaria um dos seus discípulos para o curar.[3]

Esta lenda foi uma das mais antigas histórias de ícones milagrosos, numa região em que a veneração de imagens, em geral, era fortemente reprovada ( tradição iconoclástica) mas que esta lenda legitimizava por a ligar directamente a Jesus.

O historiador eclesiástico do século IV, Eusébio de Cesareia, registrou a tradição na sua Historia Ecclesiastica, I, xiii, ca 325 d.C.,[4] referindo a correspondência trocada entre Abgaro de Edessa e Jesus. Eusébio estava convicto que as cartas originais, escritas em siríaco, estavam arquivadas em Edessa, e inclui na sua obra o suposto texto das duas cartas. Eusébio também afirma que, no momento devido, Addai (um dos setenta e dois discípulos e também conhecido pelo nome de Tadeu de Edessa) foi enviado por São Tomé (apóstolo) no ano 29 DC.

Estes textos são actualmente, considerado apócrifos.[5] A controvérsia foi renovada com a descoberta de uma obra de origem Síria, cujo autor, Labuna, reproduz a correspondência de Jesus e de Abgar e conta a história da conversão dos edessios pelo apóstolo Adeu ou Tadeu. A maior parte dos críticos tem este escrito como apócrifo redigido no século IV e século V; outros historiadores dizem que é do século I com interpolações posteriores.

Abgaro V foi santificado, e é festejado nos dias 11 de maio e 28 de outubro na Igreja Ortodoxa, em 1 de agosto na Igreja Síria, e diariamente na Missa da Igreja Apostólica Arménia.


Referências

  1. https://pt.aleteia.org/daily-prayer/terca-feira-19-junho/
  2. Herbermann, Charles George (1913). The Catholic Encyclopedia. [S.l.]: Encyclopedia Press. 282 páginas 
  3.   "The Legend of Abgar" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  4. Eusébio de Cesareia. «13». História Eclesiástica. Narrative concerning the Prince of the Edessenes. (em inglês). I. [S.l.: s.n.] 
  5. Albany James, Christie; Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, volume I, pag. 2; 1867; [1]

Bibliografia

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  • Dicionário Universal Ilustrado, Ed. João Romano Torres & Cª.1911.

Ligações externas

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