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Editora musical

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Editora musical é uma empresa que edita, comercializa e promove partituras e letras de canções.[1]

História e papel das editoras musicais na indústria musical

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Revolução Industrial e a substituição das partituras escritas pelas editadas

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As editoras musicais começaram a aparecer no final do século XIV com a invenção da prensa tipográfica por Gutenberg e tiveram importante influência a partir das revoluções burguesas,[2] especializando-se em contratar compositores e autores de letras,[3] quando passaram a ser a forma de comércio de música por excelência.[1] O surgimento das casas editoriais de música beneficiou-se de mudanças nas técnicas de fabricação de papel e dos livros propiciada pela Revolução Industrial que permitiu o barateamento e a popularização dos produtos.[4] Assim, as editoras passaram a promover concertos e temporadas com as canções dos seus catálogos, tanto de música clássica como de ragtime e outros ritmos populares.[2] O crescimento dessas casas editoriais foi imenso nessa época, adquirindo elas a mesma importância que teriam as gravadoras no período subsequente, sendo os editores de partituras os empresários da indústria da música nessa época.[1] Essa expansão foi muito forte especialmente nos grandes centros irradiadores de cultura, produzindo localidades ou nichos especializados no negócio, isto é, um sistema de editoração musical centralizado.[2] Isso se deu em lugares como Rio de Janeiro[2] e São Paulo,[5][6][7] Tin Pan Alley em Nova Iorque,[8][9] ou a Denmark Street em Londres.[2]

No Brasil, até o final do século XIX apenas cinco províncias possuíam casas editoriais de partituras: Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Bahia e Pará.[2]

Após o advento das gravações

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Com a invenção do fonógrafo e do gramofone, no final do século XIX, as gravadoras (ou editoras discográficas) passaram a exercer o papel de indústria dinâmica, crescendo em taxas exponenciais.[10] As gravadoras passaram a contratar artistas para gravações,[11] mas o repertório a ser gravado estava já vinculado às editoras musicais. O que se deu é que as editoras musicais passaram a funcionar como "intermediários" entre os artistas ou as gravadoras e os compositores, ficando a gravadora responsável pelo processo de produção, de distribuição e de promoção dos fonogramas e as editoras pelos direitos de reprodução do repertório a ser gravado.[1] Assim, as editoras normalmente possuem os direitos patrimoniais sobre a composição (cedidos pelos compositores em troca da promoção das composições)[1] e, ao serem essas obras gravadas e distribuídas em mídias, as editoras arrecadam o valor da venda das mídias e repassam aos compositores, ficando com um percentual.[12] Portanto, as editoras detém os direitos patrimoniais sobre aquilo que é gravado (o material sobre o qual se dá a interpretação do artista: o repertório) e as gravadoras sobre o resultado da gravação (os fonogramas).[12]

Referências

  1. a b c d e SUMAN, Katia. O Jabá no Rádio FM: Atlântida, Jovem Pan e Pop Rock. Publicado por Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em outubro de 2006.
  2. a b c d e f NAPOLITANO, Marcos. História & Música: História cultural da música popular. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2002.
  3. ZASNICOFF, Dennis. Uma Editora Musical. Publicado em Audição Crítica, em 08 de maio de 2011. Página visitada em 26 de setembro de 2012.
  4. CALDEIRA, Cinderela. Do Papiro ao Papel Manufaturado. Revista Espaço Aberto (USP), n. 24, outubro de 2002.
  5. BORGES, Jane. Partitura Musical: Um instrumento de investigação em História da Educação. Publicado em Anais do XVI Congresso da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Música (ANPPOM), em Brasília, 2006.
  6. IKEDA, Alberto Tsuyoshi. Música na cidade em tempos de transformação. São Paulo: 1900-1930. Dissertação de Mestrado. São Paulo: ECA-USP, 1988.
  7. GONÇALVES, Janice. Música na cidade de São Paulo (1850-1900): O circuito da partitura. Dissertação de Mestrado. São Paulo: FFLCH-USP, 1995.
  8. CASTRO, Ruy. Carmen: Uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. ISBN 9788535907605.
  9. TELES, José. A perfeita tradução da América. Publicado em JC online, em 26 de setembro de 1998. Página visitada em 27 de setembro de 2012.
  10. DIAS, Márcia Tosta. Os Donos da Voz: Indústria fonográfica brasileira e mundialização da cultura. São Paulo: Boitempo Editorial, 2000. ISBN 978-85-85934-53-8.
  11. GONÇALVES, Camila Koshiba. Música em 78 Rotações: "Discos a todos os preços" na São Paulo dos anos 30. São Paulo: USP-FFLCH, 2006.
  12. a b MOTTA, Nelson. Vale Tudo: O som e a fúria de Tim Maia. Rio de Janeiro: Objetiva, 2006.
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