Daniel Zamudio
Daniel Zamudio | |
---|---|
Iván Zamudio (ao centro) com uma foto de seu filho Daniel em uma marcha na Itália em julho de 2012.
| |
Nascimento | 3 de agosto de 1987 Santiago |
Morte | 27 de março de 2012 Santiago |
Residência | San Bernardo |
Cidadania | Chile |
Daniel Mauricio Zamudio Lado (Santiago, 3 de agosto de 1987-Santiago, 27 de março de 2012) foi um jovem chileno que foi convertido em símbolo da luta contra a violência homofóbica em seu país após ser atacado e torturado por um grupo de jovens que o golpearam durante várias horas no Parque San Borja em Santiago, causando feridas que semanas mais tarde acabaram com sua vida.[1]
O ataque contra Zamudio, perpetrado em 2 de março de 2012 por quatro indivíduos supostamente vinculados a um grupo neonazista, gerou comoção na sociedade chilena e abriu o debate sobre a homofobia no país, pondo nos holofotes a ausência de uma lei antidiscriminação para este tipo de crimes e outros, que finalmente foi promulgada depois de anos de tramitação parlamentar. Em 2012, os pais e amigos do jovem assassinado criaram a Fundação Daniel Zamudio, cujo objetivo é combater a homofobia de todas as formas.[2]
Biografia
Daniel Zamudio foi o segundo de quatro filhos do casal Iván Zamudio Contreras e Jacquelinne Lado Muñoz, nascido em San Bernardo, ao sul de Santiago.[3] De acordo com sua família, ele percebeu sua homossexualidade quando tinha entre 13 e 14 anos de idade,[4] mas a admitiu apenas aos 17 anos.[5]
Depois da separação de seus pais, Daniel viveu junto a sua mãe e avó.[4][6] Aos 17 anos, caiu em uma forte depressão desencadeada pelo suicídio de sua melhor amiga, o que lhe fez abandonar seus estudos no ensino médio.[7] A relação com seu pai era boa, mas com atritos, pois Daniel achava que seu pai não aceitava sua orientação sexual, e porque Iván atribuiu os problemas à irresponsabilidade de seu filho.[4]
Aos 24 anos, Daniel trabalhava numa loja de roupa chinesa para juntar dinheiro para financiar seus estudos de modelo ou teatro, depois de retomar o ensino médio.[5][6] Segundo seu irmão, sua intenção era fazer carreira na área das comunicações e ser reconhecido, além de formar uma família e ser pai.[6]
Ataque e falecimento
Daniel ia regularmente a discotecas orientadas ao público LGBT, e mais de uma vez disse ter sido assediado na saída dos recintos. Em uma ocasião, e depois de sair da discoteca Blondie, foi ameaçado por um neonazista que teria dito: «Eu sei onde você trabalha [sic] e onde te pegar, vou te matar».[5]
No dia 2 de março, sexta-feira, Daniel foi ao seu trabalho às 7:30, como de costume, e de tarde avisou a sua família que chegaria mais tarde que o normal, pois se encontraria com uma amiga. Isto nunca ocorreu. No domingo, sua família registrou boletim de ocorrência na a Polícia de Investigações do Chile por seu desaparecimento, e o órgão descobriu que ele foi internado no dia anterior no hospital Posta Central, sem identificação.[8] Daniel foi encontrado para perto das 4:00, inconsciente e sem documentos, por um guarda municipal no Parque San Borja, localizado junto à Alameda, principal avenida de Santiago de Chile.[5][8][9]
Zamudio foi internado na Posta Central durante a madrugada do sábado e, por causa de suas feridas, foi posto em coma induzido pela equipa médica.[8] Tinha graves feridas em seu corpo e crânio: parte de sua orelha cortada, pernas quebradas, uma série de cortes à altura do estômago em forma de suástica e diversas queimaduras feitas com cigarros.[1][8][9]
Devido à natureza das feridas, suspeitou-se desde um começo da possibilidade de um crime homofóbico executado por um grupo neonazista, ainda que as causas do ataque fossem determinadas após a investigação.
Daniel esteve internado na Posta Central por vários dias, começando uma lenta recuperação, que levou ao sair do coma induzido.[10] Ele chegou a ter alguns derrames menores.[11] No entanto, sua condição piorou, o que obrigou a regressar ao coma no dia 19, depois de sofrer uma parada cardiorrespiratoria.[12] A equipe médica determinou que estava em risco de morte e dano neurológico severo.[13] 20 dias depois, laudos contraditórios anunciavam a morte cerebral do jovem.[14] Daniel Zamudio morreu na terça-feira, 27 de março de 2012, às 19:45 horas.[1]
Impacto
A notícia do ataque a Zamudio foi difundida por diversos grupos de defesa dos direitos de minorias sexuais, em particular pelo Movimento de Integração e Libertação Homossexual (Movilh), que anunciaram ações legais contra quem fossem os responsáveis, além de solicitar formalmente uma reunião com o Ministério do Interior.[15] De acordo com o Movilh, entre 2002 e início de 2012, 66 denúncias de agressões físicas perpetradas por civis foram registadas, afetando cerca de 250 pessoas.[8]
Graças ao uso de redes sociais, a notícia teve grande difusão e gerou um repúdio em massa na sociedade chilena,[16] servindo como manifesto sobre a realidade da discriminação contra as minorias sexuais no Chile.[17]
Diversas manifestações de apoio a Daniel Zamudio e sua família foram realizadas fora da Posta Central, incluindo vigílias com velas («velatones»).[18] No dia 30 de março, milhares de pessoas acompanharam a família de Daniel Zamudio durante seu funeral.[19][20] O cortejo fúnebre percorreu diversas comunas e diversos manifestantes exigiram justiça pela morte de Daniel, antes de chegar ao Cemitério Geral de Santiago, onde foi enterrado.[21]
Um ano após o acontecido, na noite do 2 de março de 2013, realizou-se em Santiago uma marcha em comemoração do assassinato de Daniel, onde participaram 300 pessoas.[22]
Declarações
Diversos políticos rechaçaram a situação, incluindo o ministro do Interior Rodrigo Hinzpeter, que recebeu o Movilh e dias depois organizou um encontro entre o presidente Sebastián Piñera e a família Zamudio no Palácio da Moeda. Depois do encontro, o Governo de Santiago anunciou que fazia parte do processo pelo ataque a Daniel Zamudio.[23]
Depois da morte de Daniel Zamudio ser confirmada, o presidente Piñera se solidarizou com a família através de sua conta do Twitter enquanto percorria Ásia como parte de uma viagem oficial.
“ | A brutal e covarde agressão e morte de Daniel Zamudio ferem não apenas sua família, mas também todas as pessoas de boa vontade. Quero expressar aos pais, família e amigos de Daniel Zamudio o meu mais profundo sentimento de carinho e solideriedade. Sua morte não ficará impune, e reforça o total compromisso do governo contra toda discriminação arbitrária e com um país mais tolerante. |
” |
— Sebastián Piñera (
@sebastianpinera ), 27 de março de 2012.[24]. |
Rolando Jiménez, o presidente da Movilh, se pronunciou sobre a situação desde a internação no Posta Central até momentos após a confirmação do falecimento, citando Zamudio como «um mártir cidadão das minorias sexuais».[25] Vários artistas repudiaram o fato, como Boy George, Glória Trevi, Pablo Simonetti e Beto Cuevas, e um das falas que mais repercutiu foi a do cantor portoriquenho Ricky Martin, quem dedicou seu Prêmio GLAAD a Zamudio.[26][27] A cantora russa Lena Katina —ex-integrante do dueto t.A.T.u.— também enviou uma mensagem via YouTube para solidarizar com a causa.[28]
A Igreja católica do Chile manifestou sua rejeição a este tipo de ataques; no entanto, o Movilh criticou a atitude da instituição, uma das principais opositoras à lei antidiscriminação, pelo não acompanhamento à família de Daniel Zamudio quando assim o fizeram para o sacerdote Fernando Karadima, acusado de pederastia.[29] O arcebispo de Santiago Ricardo Ezzati rechaçou as acusações e disse que o vicario da Esperança Jovem tinha acompanhado a família do jovem assassinado, ainda que em silêncio, pois «há de se acompanhar com uma atitude calada [pois] a exploração da dor humana é desumana». Com respeito à lei antidiscriminação, Ezzati reiterou sua posição, pois era necessário considerar o que estava «sob a não discriminação».[30]
O caso foi comentado por organizações internacionais dedicados à proteção dos direitos humanos. Em 29 de março de 2012, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pronunciou-se condenando o fato através de um comunicado e instou ao Governo chileno pesquisar os fatos de maneira «imediata e séria».[31] No dia seguinte, o Escritório do Alto Comisionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) publicou uma nota chamando às autoridades chilenas a legislar na contramão da discriminação seguindo regulares internacionais, condenando os crimes de ódio. Ademais, comparou o caso Zamudio com outros casos de discriminação a nível mundial.[32]
“ | O assassinato de Daniel Zamudio é apenas o último lembrete da gravidade e prevalência da violência homofóbica, a qual o último relatório da ACNUDH indicou que acontece em todas as regiões. Dessa vez, foi em Santiago no Chile, mas pode acontecer nas ruas dos povos e cidades de todo o mundo. |
” |
— Rupert Colville, voz da ACNUDH, 30 de março de 2012.
|
As opiniões de rejeição, no entanto, não foram unânimes. O advogado Jorge Reis, representante do agrupamento Rede pela Vida e a Família e próximo ao partido de direita União Democrata Independente (UDI), afirmou que «se a sociedade conhecesse a vida de Daniel Zamudio opinaria diferente», pois o jovem estaria bêbado no momento do ataque e tinha sido expulso de sua casa, dizendo por fim que no Chile existia uma «visão romântica sobre a tolerância».[33] Essas palavras foram consideradas «aberrantes» e «o pior da sociedade» pelo porta-voz do Movilh, Óscar Rementería,[34] e motivaram que o governo dispensar os serviços de Jorge Reis no Serviço de Saúde Concepção.[35][36]
Reações políticas
Depois do encontro com a família Zamudio no palácio governamental, o ministro Hinzpeter anunciou que a tramitação do projeto de Lei antidiscriminação, que se discutia no Congresso Nacional desde 2005, seria considerada como urgente.[37] O Movilh valorizou o anúncio, no entanto, manifestou que não se devia aprovar «qualquer lei», pois o projecto que estava em discussão apresentava diversos pontos controversos.[38]
A discussão sobre a Lei antidiscriminação ficou travada por anos, especialmente pela rejeição de parte importante dos parlamentares da Coalizão pela Mudança. Em novembro de 2011, o artigo 2.º do projeto, que incluía referência a minorias sexuais, foi votada a favor por 23 senadores —incluindo 7 do PDC, 3 do RN e 1 da UDI— e na contramão por 13 senadores —6 da RN e 7 da UDI—.[39] Através das redes sociais, a lista de ditos parlamentares que votaram na contramão começou a circular junto a um chamado a não votar neles nas eleições parlamentares de 2013.[40] Ante ditas críticas, o senador Juan Antonio Coloma Correia (presidente da União Democrata Independente, o partido com mais parlamentares no Congresso na época) argumentou que a Lei antidiscriminação não havia evitado o crime, que considerou como inaceitável, e que se devia combater com ou sem lei, ainda que defendeu sua rejeição pois podia «tirar a natureza a certas instituições».[41] Diversos senadores do Acordo foram chamados para repor os artigos sobre minorias sexuais excluídos durante a discussão da lei alguns meses dantes, acusando à UDI de estar «a incitar atos de violência» ao recorrer ao Tribunal Constitucional para anular o projeto de lei. Os senadores Guido Girardi (PPD), Juan Pablo Letelier (PS), Ricardo Lagos Weber (PPD) e Mariano Ruiz-Esquide (PDC) inclusive solicitaram chamar a lei antidiscriminação de Daniel Zamudio.[42]
Depois do falecimiento de Daniel Zamudio, outras acções políticas surgiram. Entre elas se destaca o projeto de lei que cria o Dia Nacional da Diversidade, que foi apresentado por deputados democrata cristãos.[43] Um vereador da comuna de Santiago também solicitou renomear o Parque San Borja, onde ocorreu o ataque, como «Parque Daniel Zamudio», e o converter num memorial da tolerância, e a não violência.[44]
Investigação criminal
Acusados
Devido às características do ataque, as primeiras versões apontavam a autoria a grupos neonazistas, quem teriam atacado a Daniel Zamudio por sua orientação sexual.
No dia 9 de março, depois de recolher diversas pistas e as versões de algumas testemunhas, o grupo O.S.9. dos Carabineiros do Chile identificou e deteve a quatro pessoas como os eventuais causantes dos golpes, quem inicialmente teriam confessado sua participação nos fatos.[45] Os indicados foram:[46]
- Alejandro Áxel Angulo Tapia (26), processado por roubos menores e ataques a peruanos, era um otaku imitador do Michael Jackson e tinha uma loja na galeria comercial Eurocentro no Paseo Ahumada.[47]
- Patricio Iván Ahumada Garay (25), conhecido como Pato Core, tinha saído de uma condenação de cárcere por roubo com intimidação. Tinha registros de ataques xenófobos contra peruanos.[47]
- Raúl Alfonso López Fontes (25), conhecido como o "Gacke II", neonazista e com registros de furto em supermercados e estações de serviço.[48][49] Tentou ser militar, mas foi recusado.[47]
- Fabián Alexis Mora Mora (19), é o único envolvido sem antecedentes. No entanto, no dia 4 de janeiro, Mora escreveu em seu perfil de Facebook ter «arrebentado o crânio e a clavícula» de um indigente em seu bairro.
Apesar do grupo não se declarar neonazista, tanto Ahumada como López sim apresentavam certas tendências similares e manifestavam admiração pela ideologia.[50]
Declarações
Raúl López declarou-se culpado depois de preso. Disse que ele e seu grupo encontraram a Daniel dormindo em um banco do parque às 9 da noite. Depois de ir comprar álcool, encontrou a Ahumada e Angulo e atacaram Zamudio.[46]
Eles começaram a golpear com suas mãos na cabeça e no rosto dele. Não muito forte, quase que para despertá-lo. Depois, a maldade entrou neles e passaram a bater mais forte. O pegamos e levamos para o parque. Entramos pela lateral do portão principal, que está ao lado da Unimarc. Foi aí que o Fabián Mora fez ele descer, depois tomamos uns "copetes", convidamos ele para tomar um pouco de rum e logo voltei às compras.— Declaração de Raúl López.
Ao regressar, Ahumada estava a golpear Zamudio com fúria pelo fato dele ser gay. Ahumada golpeava com «pancadas, golpes na cabeça, na cara, nos testículos, nas pernas, por todo o corpo», segundo relata López, enquanto Zamudio sangraba pelo nariz e o rosto. Depois disso, teriam utilizado o gragalo de uma garrafa avariada de pisco sour para desenhar uma suástica no seu abdomen.[46]
Angulo pegou uma pedra grande que estava ali e e jogou na sua barriga umas duas vezes, e depois a pegou e jogou na sua cabeça. Depois, Fabián Mora pegou a pedra e jogou umas dez vezes nas pernas da vítima [...] Fizeram como uma alavanca e ela se quebrou, soou como se fossem ossos de frango, e como o garoto estava muito mal, fugimos cada um para um lado.— Declaração de Raúl López[51]
Depois de três horas de tortura, e depois de apagar seus cigarros no corpo do atacado, o grupo teria abandonado a Zamudio inconsciente para perto de as 2:30 da madrugada.[46]
A versão foi negada por Ahumada e Angulo, que admitiram se encontrar com Zamudio no parque. No entanto, afirmam que o salvaram de um assalto enquanto ele dormia no parque. Depois de protegê-lo, teriam ido com Zamudio a comer umas sopaipillas e seguir bebendo. Ahumada assegura que foi embora perto das 22:00 e que, depois de escutar na imprensa do ataque que Daniel sofreu, tinha tentado se comunicar com Carabineiros para contar o que sabia, mas que antes disso tinha sido detido.[46] Angulo, a princípio apoiou a versão de Ahumada, posteriormente reconheceu que este teria atacado a Zamudio, e que sua declaração inicial era produto de ameaças de Ahumada.[46] Fabián Mora, finalmente, apoiou a versão de López a exceto que ele não reconhece ser quem jogou a pedra em Zamudio.[46]
Julgamento e condenação
O procurador Ernesto Vásquez, que dirigia a investigação, pediu pela formalização dos imputados pelo delito de homicídio frustrado,[52] e, mesmo assim, solicitou sua prisão preventiva, medida que foi concedida pela 7ª Vara de Garantia de Santiago, depois de considerar que a liberdade dos imputados constituía um «perigo para a sociedade». Depois da morte do jovem, o delito foi modificado para homicídio qualificado em grau de consumado, o delito mais grave das leis jurídicas chilenas.[53]
O julgamento aconteceu principalmente durante 2013 no Quarto Tribunal Oral no Penal de Santiago. No dia 17 de outubro, Patricio Ahumada, Alejandro Angulo, Raúl López e Fabían Mora foram julgados culpados de homicídio qualificado com o agravante pela "crueldade extrema" dos atacantes, que "aumentaram deliberadamente a dor" durante o espancamento de Daniel Zamudio. A promotoria da zona Centro Norte, chefiada por Ernesto Vásquez, solicitou a pena de prisão perpétua simples para Patricio Ahumada, enquanto pára Angulo e López pediu 15 anos de cárcere e para Mora, 8 anos.[54] O 28 de outubro, o Tribunal publicou as condenações, confirmando as penas solicitadas pela Promotoria, a exceção de Mora que acabou com 7 anos de prisão.[55]
Legado
- Sozinhos na noite: Zamudio e seus assassinos (2014), livro sobre a investigação jornalística de Rodrigo Fluxá sobre o caso.
- Zamudio: Perdidos na noite (2015), miniserie de quatro episódios da TVN baseada no livro anteriormente mencionado.
- Eu sou Daniel (2016), obra de teatro do dramaturgo Gonzalo Briones Tapia inspirada na última época de vida de Daniel Zamudio.
- Nunca vais estar sozinho (2016), filme dirigido por Álex Anwandter inspirada no Caso Zamudio. Inaugurou a edição de 2016 do LesGaiCineMad.[56]
- Jesús (2016), filme dirigido por Fernando Guzzoni e inspirada no Caso Zamudio.
- Efeito borboleta (2018), programa do Mega onde há dois episódios intitulados «Zamudio: Coisas que ninguém sabe de mim».[57]
Ver também
Referências
- ↑ a b c «Muere Daniel Zamudio víctima y símbolo de la violencia homofóbica» (em espanhol). El Mostrador. 27 de março de 2012. Consultado em 27 de março de 2012. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2022
- ↑ Rocío Montes (28 de março de 2012). «La muerte de un joven gay reabre el debate sobre la homofobia en Chile» (em espanhol). El País. Consultado em 29 de março de 2012. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2022
- ↑ J. Poblete, P. Césped, P. Zamora e J. Ramírez (28 de março de 2012). «El fallecimiento se certificó a las 19.45 de ayer. Autores arriesgan 40 años de cárcel.» (em espanhol). Diario La Tercera. Consultado em 21 de outubro de 2022. Arquivado do original em 12 de abril de 2018
- ↑ a b c Camila Gutiérrez (22 de março de 2012). «Papá de Daniel Zamudio: "Cuando tienes un hijo gay y lo quieres, dejas de ser machista"» (em espanhol). The Clinic. Consultado em 27 de março de 2012. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2022
- ↑ a b c d «La vida de Daniel Zamudio antes de la brutal golpiza» (em espanhol). The Clinic. 7 de março de 2012. Consultado em 27 de março de 2012. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2022
- ↑ a b c Andrea González Schmessane, González Schmessane (27 de março de 2012). «Hermano mayor de Daniel Zamudio: "El soñaba con ser padre"» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 27 de março de 2012. Arquivado do original em 1 de dezembro de 2017
- ↑ «Modelar: el gran sueño del joven gay golpeado en la calle». Las Últimas Noticias. 7 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012
- ↑ a b c d e «Familia de joven atacado por neonazis exige captura y sanción a los responsables» (em espanhol). El Ciudadano. 6 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Arquivado do original em 3 de maio de 2012
- ↑ a b A. López, F. Guzmán y A. Guerrero (8 de março de 2012). «Encuentran primeras pistas tras brutal ataque a joven» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 28 de março de 2012. Arquivado do original em 21 de outubro de 2022
- ↑ «Fuera de riesgo vital se encuentra Daniel Zamudio, el joven atacado presuntamente por un grupo neonazis» (em espanhol). Cambio 21. 7 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 23 de setembro de 2015
- ↑ «Daniel Zamudio sale del coma y se recupera según lo previsto» (em espanhol). El Dínamo. 7 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 10 de março de 2012
- ↑ «Daniel Zamudio está en coma inducido». Radio Cooperativa (em espanhol). 19 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ Carolina Vargas (20 de março de 2012). «Médicos indican que si Zamudio sobrevive podría perder la memoria o tener problemas en el habla» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 20 de março de 2012
- ↑ Sepúlveda e P. Miranda (27 de março de 2012). «Descartan muerte cerebral de Zamudio y harán mapa georreferencial de ataques» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 28 de março de 2012
- ↑ Lorena Leiva C. (6 de março de 2012). «Movilh denuncia que neonazis dejaron en coma a joven homosexual» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 6 de março de 2012
- ↑ «Ataque a joven homosexual por grupo neonazi causa repudio ciudadano» (em espanhol). El Mostrador. 7 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2022
- ↑ Payton Guion (6 de março de 2012). «Attack on gay man calls attention to discrimination in Chile» (em inglês). The Santiago Times. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 13 de abril de 2012
- ↑ [ligação inativa]
- ↑ «Multitudinario adiós al joven gay asesinado en Chile» (em espanhol). infobae.com. 31 de março de 2012. Consultado em 31 de março de 2012. Cópia arquivada em 3 de abril de 2012
- ↑ «Des milliers de Chiliens aux funérailles de Daniel, jeune gay battu à mort» (em francês). Têtu. 31 de março de 2012. Consultado em 31 de março de 2012. Cópia arquivada em 2 de abril de 2012
- ↑ «Tras multitudinario acto restos de Daniel Zamudio son enterrados en ceremonia privada». The Clinic. 30 de março de 2012. Consultado em 1 de abril de 2012. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2022
- ↑ Patricio Andrade (2 de março de 2013). «Realizan velatón en conmemoración de muerte de Daniel Zamudio a un año del crimen» (em espanhol). biobiochile.cl. Consultado em 3 de março de 2013. Cópia arquivada em 21 de outubro de 2022
- ↑ Andrea González Schmessane (8 de março de 2012). «Presidente Piñera recibe a los padres de Daniel Zamudio en La Moneda | La Tercera» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 24 de junho de 2019. Cópia arquivada em 24 de junho de 2019
- ↑ «Piñera: Muerte de Daniel Zamudio no quedará impune». El Mostrador. UPI. 27 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012
- ↑ «Vocero del Movilh: "Daniel Zamudio se convierte ahora en un mártir"» (em espanhol). CNN Chile. 27 de março de 2012. Consultado em 29 de março de 2012. Arquivado do original em 2 de abril de 2015
- ↑ «Artistas dedican en Twitter frases a Daniel Zamudio» (em espanhol). Tele13. 28 de março de 2012. Consultado em 29 de março de 2012. Arquivado do original em 7 de abril de 2012
- ↑ «Ricky Martin gana un GLAAD, "Me gustaría dedicárselo a Daniel Zamudio"». Analítica. 27 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Arquivado do original em 30 de março de 2012
- ↑ «Ex integrante de t.A.T.u. envió mensaje tras aprobación de Ley Antidiscriminación | La Tercera» (em espanhol). La Tercera. 10 de maio de 2012. Consultado em 24 de junho de 2019. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Movilh: El obispo de Santiago visita pedófilos, pero no tuvo palabras para Daniel Zamudio» (em espanhol). Radio Cooperativa. 28 de março de 2012. Consultado em 3 de abril de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Ezzati asegura que Iglesia acompañó a familia de Daniel Zamudio | La Tercera» (em espanhol). La Tercera. 30 de março de 2012. Consultado em 24 de junho de 2019. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «CIDH lamenta la muerte de Daniel Zamudio en Chile» (em espanhol). Comissão Interamericana dos Direitos Humanos. 29 de março de 2012. Consultado em 30 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ Rupert Colville (30 de março de 2012). «Briefing note on Chile» (em espanhol). Escritório do Alto Comisionado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Consultado em 24 de junho de 2019. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Abogado: Si la sociedad conociera la vida de Daniel Zamudio opinaría distinto» (em espanhol). Radio Cooperativa. 2 de abril de 2012. Consultado em 3 de abril de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Declaraciones de Jorge Reyes contra Zamudio indignan al Movilh: "Sus dichos representan lo peor de nuestra sociedad"» (em espanhol). El Mostrador. 2 de abril de 2012. Consultado em 3 de abril de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Gobierno anuncia despido de Jorge Reyes como asesor de Salud por dichos homofóbicos» (em espanhol). EMOL. 4 de abril de 2012. Consultado em 4 de abril de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Intendente (s) explica desvinculación de Jorge Reyes por compromiso "con las personas y su igualdad en dignidad"» (em espanhol). El Mostrador. 4 de abril de 2012. Consultado em 2 de junho de 2022. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ Joyce del Campo V. (8 de março de 2012). «Piñera comprometió apoyo a familia de Daniel Zamudio en cita en La Moneda» (em espanhol). La Nación. Consultado em 28 de março de 2012. Arquivado do original em 11 de março de 2012
- ↑ «Movilh: "Llamamos a aprobar la ley contra la discriminación con celeridad, pero no cualquier ley"» (em espanhol). El Mostrador. 6 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Sesión: 66 / 359 Martes 8 de noviembre de 2011 a las 21:00» (em espanhol). Senado da República do Chile. 8 de novembro de 2011. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Lista de senadores que rechazaron Ley Antidiscriminación circula en las redes sociales» (em espanhol). El Mostrador. 26 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Coloma se defiende y dice que Ley Antidiscriminación no habría evitado ataque a Daniel Zamudio» (em espanhol). El Mostrador. 26 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ C. Mascareño e I. Pinto (26 de março de 2012). «Parlamentarios de oposición emplazan a la Alianza a asumir debate por ley antidiscriminación | La Tercera» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 24 de junho de 2019. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «La bancada DC anuncia que pedirá urgencia a la iniciativa que crea el Día Nacional de la Diversidad» (em espanhol). El Mostrador. 27 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Proponen cambiar el nombre del parque San Borja por Daniel Zamudio» (em espanhol). La Nación. 27 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Arquivado do original em 2 de fevereiro de 2014
- ↑ «Cuatro personas fueron detenidas por agresión a Daniel Zamudio» (em espanhol). Radio Cooperativa. 9 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ a b c d e f g «Quiénes son los "nazis" que atacaron a Daniel Zamudio» (em espanhol). The Clinic. 22 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ a b c Jorge Poblete (25 de março de 2012). «Las contradicciones de la pandilla que atacó a Daniel Zamudio» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 28 de março de 2012. Arquivado do original em 26 de março de 2012
- ↑ Angélica Palavecino Baeza (28 de março de 2012). «El perfil que elaboró el OS-9 de Carabineros y que revela el historial xenófobo de los agresores de Daniel Zamudio» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 28 de março de 2012. Arquivado do original (SHTML) em 29 de março de 2012
- ↑ «"Yo me salvé de ser un Zamudio"» (em espanhol). The Clinic. 10 de abril de 2012. Consultado em 16 de junho de 2019. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Fiscal del Caso Zamudio: los imputados "son los autores"» (em espanhol). Terra Chile. 26 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 27 de março de 2012
- ↑ «El crudo relato de un acusado de golpear a Zamudio» (em espanhol). The Clinic. 11 de março de 2012. Consultado em 22 de outubro de 2022. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Formalizaron por homicidio frustrado a presuntos agresores de Daniel Zamudio» (em espanhol). SoyChile. 10 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Abogado de Zamudio: "Desenlace que nadie quiere será en próximas horas"» (em espanhol). emol. 26 de março de 2012. Consultado em 28 de março de 2012. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ Karen Soto Galindo (28 de outubro de 2013). «Hoy se conocerá la pena para los cuatro condenados por el crimen contra Daniel Zamudio» (em espanhol). La Tercera. Consultado em 28 de outubro de 2013. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Las penas por el crimen de Daniel Zamudio» (em espanhol). Radio Cooperativa. 28 de outubro de 2013. Consultado em 28 de outubro de 2013. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ «Largometrajes 2016 Archivos - LesGaiCineMad» (em espanhol). LesGaiCineMad. Consultado em 24 de maio de 2018. Cópia arquivada em 22 de outubro de 2022
- ↑ María Eugenia Noriega (12 de junho de 2018). «Efecto Mariposa logró importante ventaja frente a la competencia gracias al Caso Zamudio» (em espanhol). Radio Agricultura. Consultado em 15 de junho de 2018. Arquivado do original em 13 de junho de 2018