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Arnold van Gennep

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Arnold van Gennep
Arnold van Gennep
Nascimento Arnold Kurr
23 de abril de 1873
Ludwigsburgo (Reino de Württemberg)
Morte 7 de maio de 1957 (84 anos)
Épernay
Sepultamento Cimetière de Bourg-la-Reine
Cidadania França
Alma mater
Ocupação antropólogo, professor universitário, etnógrafo, escritor, colecionador de contos de fadas, cientista da religião, etnologista, folclorista, tradutor
Distinções
  • Saintour Prize (1946)
Empregador(a) Universidade de Neuchâtel

Charles-Arnold Kurr van Gennep (Ludwigsburg, 23 de abril de 1873Bourg-la-Reine, 7 de maio de 1957) foi um etnólogo e folclorista francês conhecido principalmente pelo seu trabalho sobre ritos de passagem, do qual cunhou o termo, e pelo seu monumental Manuel de folklore français contemporain, que ficou inacabado.[1][2][3]

Considerado hoje como o fundador na França do folclore como disciplina científica, seu trabalho sobre o conceito de rito de passagem e sua teoria das três fases (preliminar, liminar e pós-liminar) foram continuados e aprofundados por Victor Turner.

No início de sua carreira, van Gennep dedicou seus estudos às culturas extra-europeias na Escola de Línguas Orientais e na Escola Prática de Estudos Avançados.

Em 1914, organizou, com Gustave Jéquier, o primeiro Congresso de Etnografia e Etnologia, realizado em Neuchâtel. Até 1915, data de sua expulsão da Suíça, Van Gennep ocupou a cátedra de etnologia e história das civilizações na Universidade de Neuchâtel.

A partir de 1924, quando publicou Le folclore, van Gennep dedicou-se a estabelecer o folclore como disciplina científica e ao estudo das culturas populares francesas.

Contrariando o evolucionismo de folcloristas como Paul Sébillot e Pierre Saintyves que se dedicavam a colecionar arcaísmos e sobrevivências, van Gennep desenvolveu o chamado método biológico, com o objetivo de abordar os fatos da cultura popular em seu dinamismo e estudar o que ele designou como as condições psíquicas dos costumes. O método desenvolvido por van Gennep procede pela investigação e observação direta dos fatos vivos do folclore, ou seja, dos costumes ainda praticados no campo da investigação e observáveis pelo folclorista.

Para dar conta da transformação ao longo do tempo dos fatos do folclore, van Gennep desenvolveu a noção de cadeia tradicional e se dedicou ao estudo dos fenômenos de difusão. Adotando o método histórico-geográfico, também conhecido como método finlandês, van Gennep trabalhou na França no estabelecimento de mapas com o objetivo de circunscrever áreas folclóricas e estudar os vários fatores envolvidos no processo de difusão. Para esses trabalhos de mapeamento, ele fez uso extensivo do dispositivo mapeamento de Paul Fortier-Beaulieu.

Reconhecido por ter feito do folclore um objeto de estudo e por ter dotado a disciplina de um conjunto de ferramentas de pesquisa (principalmente questionários) e métodos de análise, van Gennep foi também um intelectual controverso, mantendo relações tensas com alguns de seus contemporâneos cujos escritos ele frequentemente criticado (notavelmente Durkheim e Mauss). Realizou a maior parte de seu trabalho à margem da instituição acadêmica e foi demitido do único cargo universitário que ocupou muito brevemente em sua carreira (1912-1915, cátedra de etnografia na Universidade de Neuchâtel), depois de ter questionado publicamente a neutralidade da Suíça em relação à Alemanha.[4][5][6]

Van Gennep publicou um número impressionante de artigos e monografias relacionadas ao folclore. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Bourg-la-Reine.

Principais Obras

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  • Tabou et totémisme à Madagascar; étude descriptive et théorique, Paris, E. Leroux, 1904.
  • Mythes et légendes d'Australie : études d'ethnographie et de sociologie, Paris, E. Guilmoto, 1906.
  • « Linguistique et ethnologie II. Essai d’une théorie des langues spéciales », Revue des études ethnographiques et sociologiques, sous la direction d’Arnold Van Gennep, Paris, Paul Geuthner, 6-7, p. 327-337, 1908.
  • Religions, mœurs et légendes : essais d'ethnographie et de linguistique, 5 séries, Paris, Mercure de France, 1908-1914.
  • Les rites de passage : étude systématique..., Paris, E. Nourry, 1909 ; reedição em 1981. [1].
  • De quelques rites de passage en Savoie, Paris, Leroux, 1910.
  • La formation des légendes, Paris, Flammarion, Bibliothèque de philosophie scientifique, [2], 1910.
  • Les demi-savants, Paris Mercure de France, 1911.
  • Études d’ethnographie algérienne, Paris, E. Leroux, 1911.
  • La Savoie vue par les écrivains et les artistes, Paris, ed. Louis Michaud, 1913.
  • En Algérie, Paris, Mercure de France, 1914.
  • L'État actuel du problème totémique, Paris, Leroux, 1920.
  • Traité comparatif des nationalités, 1922.
  • Le Folklore, Paris, Librairie Stock [3], 1924.
  • Les Jeux et les Sports populaires de France, textos inéditos, L.S. Fournier (ed.), Paris, 1925, edições da Comissão de Obras Históricas e Científicas, 2015.
  • Le Folklore du Dauphiné (Isère). Étude descriptive et comparée de psychologie populaire, com oito mapas folclóricos e linguísticos. Volume I : I. Du berceau à la tombe. II. Cérémonies périodiques. Volume II : II. Cérémonies périodiques (fin). III. Magie, médecine et météorologie populaires. IV. Littérature populaire, jeux et chansons. Paris, Maisonneuve, 1933.
  • Le Folklore de la Flandre et du Hainaut français (département du Nord), 1935-1936.
  • Manuel de folklore français contemporain, 1937-1958. Prix Saintour de l’Académie française en 1946
  • Le Folklore de l'Auvergne et du Velay avec 10 cartes folkloriques et 2 photos, Paris, Maisonneuve, 1942.

Trabalhos sobre Arnold Van Gennep

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Referências

  1. Thierry Goguel d'Allondans, Arnold Van Gennep, l'homme des passages, Bulletin du centre protestant d'études, no 1, février 2009, Genève, ISSN 1015-1141
  2. Pierre Centlivres, Le rendez-vous manqué : Van Gennep et la première chaire d'ethnologie de Neuchâtel (1912-1915), in Cent ans d'ethnographie sur la colline de Saint-Nicolas, 1904-2004, Neuchâtel, Musée d'ethnographie, 2005, p. 139-152
  3. (em inglês) Rosemary Zumwalt, Arnold van Gennep: The Hermit of Bourg-la-Reine, in American Anthropologist, 84, 1982, p. 299-313
  4. Nicole Belmont, Arnold van Gennep, créateur de l'ethnographie française, Paris, Payot, 1974. (Petite Bibliothèque Payot ; 232)
  5. Pierre Centlivres, Les tribulations d'un ethnographe en Suisse : Arnold van Gennep à Neuchâtel (1912-1915), in Gradhiva, Paris, 1994, 15, p. 89-101.
  6. Caroline Moricot, Arnold van Gennep, in Sociologie - ethnologie : auteurs et textes fondateurs, sous la dir. de A. Gras, Paris, Publ. de la Sorbonne, 1998, p. 223-234.

Ligações externas

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