Prêmio Jabuti
Prêmio Jabuti | |
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Descrição | Excelência em produção literária nacional |
País | Brasil |
Primeira cerimónia | 1959 |
Última cerimónia | 2021 |
Apresentação | Câmara Brasileira do Livro |
Página oficial |
O Prêmio Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil, concedido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL). Criado em 1959, foi idealizado por Edgard Cavalheiro quando presidia a CBL, com o interesse de premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros que mais se destacassem a cada ano.[1]
Em 1959, constavam apenas sete categorias: Literatura, Capa, Ilustração, Editor do Ano, Gráfico do Ano, Livreiro do Ano e Personalidade Literária. Mais tarde, o prêmio incorporou outras categorias que envolvem a criação e a produção de um livro, tais como: Adaptação, Projeto Gráfico e Tradução; além das categorias tradicionais como Romance, Contos e Crônicas, Poesia, Infantil, Juvenil, Reportagem e Biografia. Em 1991, criou-se a categoria Livro do Ano de Ficção, e em 1993, foi a vez do Livro do Ano de Não Ficção. A partir de 2017, o Prêmio Jabuti passou a contemplar duas novas categorias: Histórias em Quadrinhos e Livro Brasileiro Publicado no Exterior.[1]
Em 2018, o Prêmio Jabuti passou por uma alteração em seu formato, com as então 29 categorias sendo reduzidas para 18, distribuídas em quatro eixos. Além disso, também alterou a categoria "Livro do Ano" (que até então premiava dois livros, um de ficção e um de não ficção), passando a premiar apenas um livro, independente do gênero.[2][3][4]
O Livro do Ano será atribuído a uma única obra, seja de Ficção ou Não Ficção. O autor receberá um troféu Jabuti especial e o valor bruto de R$ 100.000,00 (cem mil reais). A editora da obra receberá uma estatueta especial (2019).[5]
Eixos e categorias (edição de 2024)
[editar | editar código-fonte]O ano entre parênteses refere-se ao ano em que a categoria foi premiada pela primeira vez. Em muitos casos, as categorias podem ter "pulado" uma ou mais edições.[6][7]
Literatura[nota 1] | Não Ficção[nota 2] | Produção Editorial[nota 3] | Inovação[nota 4] |
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Conto (1997) | Artes (2011) | Capa (1960) | Escritor Estreante - Poesia (2024) |
Crônica (2018) | Biografia e Reportagem (2019) | Ilustração (1959) | Escritor Estreante - Romance (2023) |
Histórias em Quadrinhos (2017) | Economia Criativa (2018) | Projeto Gráfico (2007) | Fomento à Leitura (2018)[nota 5] |
Infantil (1959) | Educação (2011) | Tradução (1962) | Livro Brasileiro Publicado no Exterior (2017) |
Juvenil (1959) | Negócios (2024) | ||
Poesia (1959) | Saúde e Bem-Estar (2024) | ||
Romance Literário (1959)[nota 6] | |||
Romance de Entretenimento (2020) | |||
Livro do Ano (1991)[nota 7] |
Categorias extintas
[editar | editar código-fonte]Os anos entre parênteses referem-se ao ano em que a categoria foi premiada pela primeira e pela última vez. Em muitos casos, as categorias podem ter "pulado" uma ou mais edições entre a primeira e a última.
- Contos / Crônicas / Novelas (1959–1996)
- Estudos Literários (Ensaios) (1959–1996)
- História Literária (1959–1964)
- Literatura Adulta (autor revelação) (1962–1994)
- Biografia e/ou Memórias (1963–1986)
- Ciências Exatas (1964 - 2001)
- Ciências Humanas (1964–2023)[nota 8]
- Ciências Naturais (1964–1994)
- Crítica e/ou Noticiário Literário (Jornais) (1965–1988)
- Teatro (1965)
- Melhor Produção Editorial Obra Avulsa (1973)
- Produção editorial (Obra Coleção) (1974–1993)
- Produção editorial (Obra Avulsa) (1976–1994)
- Ciências (Tecnologia) (1978–1989)
- Livro de Arte (1978–1986)
- Tradução de obra científica (1978–1986)
- Crítica e/ou Noticiário Literário (Revista) (1980–1986)
- Crítica e/ou Noticiário Literário (Rádio) (1981–1985)
- Produção editorial (1987–2002)
- Produção Editorial Infantil (1987)
- Produção Editorial Infantil e/ou Juvenil (1988–1993)
- Amigo do Livro (1993–2001)
- Economia, Administração e Negócios (1993–1996)
- Infantil e Juvenil (1993–2004; 2018)
- Produção Editorial Livro Texto (1993–1995)
- Reportagem (1993–2014)
- Ciências Exatas e Tecnologia (1994–1995)
- Didático de Ensino Fundamental e Médio (1994–2003)
- Autor Revelação de Livro Infantil ou Juvenil (1995)
- Ciências Naturais e Medicina (1995–1998)
- Ciências Exatas, Tecnologia e Informática (1996–2014)
- Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil (1996–2017)
- Economia, Administração, Negócios e Direito (1997–2004)
- Ensaio (1997)
- Contos e Crônicas (1998–2017)
- Ensaio e Biografia (1998–2001)
- Autor Revelação (1999–2001)
- Ciências Naturais e Ciências da Saúde (1999–2010)
- Ciências Humanas e Educação (2000)
- Religião (2000–2001)
- Ilustração Infantil (2001)
- Educação e Psicologia (2002–2003)
- Poesia - Especial (2002)
- Reportagem e Biografia (2002–2005)
- Teoria Literária e Linguística (2002–2003)
- Projeto/Produção editorial (2003–2006)
- Arquitetura e Urbanismo, Comunicação e Artes (2004–2005)
- Didático e Paradidático (2004–2017)
- Educação, Psicologia e Psicanálise (2004–2010)
- Teoria/Crítica Literária (2004–2014)
- Ciências Exatas, Tecnologia, Informática, Economia, Administração, Negócios e Direito (2005)
- Arquitetura e Urbanismo, Fotografia, Comunicação e Artes (2006–2010)
- Biografia (2006–2018)
- Economia, Administração, Negócios e Direito (2006)
- Direito (2007–2017)
- Economia, Administração e Negócios (2007–2014)
- Tradução de obra literária Francês-Português (2009)
- Tradução de obra literária Espanhol-Português (2010)
- Arquitetura e Urbanismo (2011–2014)
- Ciências da Saúde (2011–2017)
- Ciências Exatas (2011–2012)
- Ciências Naturais (2011–2014)
- Comunicação (2011–2017)
- Fotografia (2011–2012)
- Gastronomia (2011–2017)
- Psicologia e Psicanálise (2011–2014)
- Tecnologia e Informática (2011–2012)
- Turismo e Hotelaria (2011–2012)
- Artes e Fotografia (2013–2014)
- Tradução de Obra de Ficção Alemão-Português (2013)
- Tradução de Obra Literária Inglês-Português (2014)
- Adaptação (2015–2017)
- Arquitetura, Urbanismo, Artes e Fotografia (2015–2017)
- Ciências da Natureza, Meio Ambiente e Matemática (2015–2017)
- Economia, Administração, Negócios, Turismo, Hotelaria e Lazer (2015–2017)
- Educação e Pedagogia (2015–2017)
- Engenharias, Tecnologias e Informática (2015–2017)
- Infantil Digital (2015–2017)
- Psicologia, Psicanálise e Comportamento (2015–2017)
- Reportagem e Documentário (2015–2017)
- Teoria/Círitca Literária, Dicionários e Gramáticas (2015–2017)
- Ciências (2018–2023)[nota 9]
- Humanidades (2018–2019)
- Impressão (2018–2019)
- Ciências Sociais (2020–2023)[nota 10]
Polêmica na premiação
[editar | editar código-fonte]Em 2010, o Grupo Editorial Record deixou o prêmio por não concordar com os critérios de avaliação das publicações e concessão dos prêmios. O presidente do grupo, Sergio Machado, disse que "não compactua com uma comédia de erros", e que o "Jabuti virou um concurso de beleza, com critérios de programas como os de Faustão e Silvio Santos" e "pautado por critérios políticos, sejam da grande política nacional, sejam da pequena política do setor livreiro-editorial".[8]
Se Eu Fechar os Olhos Agora, de Edney Silvestre, editado pela Record, recebeu o Prêmio Jabuti de melhor romance em 2010, sendo que Leite Derramado, de Chico Buarque, editado pela Companhia das Letras, foi o segundo colocado na categoria. Os três primeiros colocados de cada categoria concorriam ao mesmo prêmio como Livro do Ano e nessa escolha Leite Derramado foi o vencedor. Na primeira fase, a escolha era feita por especialistas, enquanto na segunda havia uma quantidade maior de votantes e muitos empresários do setor. A premiação de Leite Derramado gerou, assim, muitos protestos, inclusive uma petição online intitulada "Chico, devolve o Jabuti!". A editora Record anunciou que deixaria de participar da premiação, alegando que na escolha de Livro do Ano personagens midiáticas tendem a ser favorecidas e possivelmente muitos votantes nem tenham lido os livros, além do que o regulamento seria desrespeitoso com os autores e com o júri especializado.[9]
Outro livro de Chico Buarque já havia vencido o Livro do Ano sem ter sido escolhido o melhor romance: Budapeste, em 2004, foi escolhido o Livro do Ano, mesmo tendo obtido a terceira colocação na categoria Melhor Romance, categoria vencida por Mongólia, de Bernardo Carvalho. Em 2008, novamente o Livro do Ano foi dado a uma obra que não venceu em sua categoria: o prêmio final foi para O Menino que Vendia Palavras, de Ignácio de Loyola Brandão, segundo colocado na categoria infantil, vencida por Sei Por Ouvir Dizer, de Bartolomeu Campos de Queirós.[9][10]
Após a polêmica, a Câmara Brasileira do Livro anunciou mudanças na edição do prêmio para 2011, passando a concorrer ao prêmio de Livro do Ano apenas os vencedores de cada categoria.[11]
O prêmio não possuía categoria específica para histórias em quadrinhos, o que costumava ser alvo de críticas de especialistas da área, porém, as HQs podiam ser selecionadas nas categorias ilustração, capa, didático e paradidático[12] e adaptação (para quadrinizações).[13] Em 2017, a premiação anunciou que seria criada uma categoria para HQs.[14]
Vencedores
[editar | editar código-fonte]Ver também
[editar | editar código-fonte]Notas e referências
Notas
- ↑ No Eixo Literatura, os prêmios são entregues aos autores dos livros.
- ↑ No Eixo Não Ficção, os prêmios são entregues aos autores dos livros.
- ↑ No Eixo Produção Editorial, os prêmios são entregues ao capista (categoria "Capa"), ao ilustrador (categoria "Ilustração"), ao profissional ou empresa responsável pelo projeto gráfico (categoria "Projeto Gráfico") e ao tradutor (categoria "Tradução").
- ↑ No Eixo Inovação, os prêmios são entregues à pessoa física ou jurídica que tenha instituído o projeto vencedor (categoria "Fomento à Leitura") e à editora estrangeira que comprou e publicou em primeira edição o livro brasileiro no exterior e também à editora brasileira que vendeu os direitos autorais desse livro (categoria "Livro Brasileiro Publicado no Exterior").
- ↑ Em 2018, esta categoria foi chamada de "Formação de Novos Leitores".
- ↑ Até 2019, esta categoria era chamada de "Romance".
- ↑ É eleito como Livro do Ano o livro com a maior pontuação entre os vencedores de cada categoria dos eixos Literatura e Não Ficção.
- ↑ Passou a fazer parte do Prêmio Jabuti Acadêmico em 2024.
- ↑ Passou a fazer parte do Prêmio Jabuti Acadêmico em 2024.
- ↑ Passou a fazer parte do Prêmio Jabuti Acadêmico em 2024.
Referências
- ↑ a b «HISTÓRIA». Prêmio Jabuti. Consultado em 7 de janeiro de 2020. Cópia arquivada em 20 de junho de 2019
- ↑ «Jabuti diminui categorias e aumenta valor dos prêmios». Publish News. 15 de maio de 2018
- ↑ «Prêmio Jabuti promove mudanças para tentar se manter relevante». O Estado de S. Paulo. 15 de maio de 2018
- ↑ «Prêmio Jabuti completa 60 anos e aposta em novo modelo: "vamos fazer escola"». IG. 27 de maio de 2018
- ↑ «VOTAÇÃO E PREMIAÇÃO | 61º Prêmio Jabuti». www.premiojabuti.com.br. Consultado em 20 de junho de 2019
- ↑ «Eixos e Categorias». Site oficial do Prêmio Jabuti. Consultado em 1 de junho de 2024
- ↑ «66º Prêmio Jabuti abre inscrições com novas categorias». Publish News. 25 de abril de 2024
- ↑ Mônica Bergamo (12 de novembro de 2010). Salseiro Literário. [S.l.]: Folha de S.Paulo
- ↑ a b Marco Tomazzoni (18 de novembro de 2010). «Prêmio Jabuti cria polêmica no meio literário». iG São Paulo. Consultado em 4 de junho de 2011
- ↑ Ivan Finotti (27 de novembro de 2010). «Após polêmica envolvendo Chico Buarque, editores sugerem mudanças no Jabuti». Folha.com. Consultado em 4 de junho de 2011
- ↑ G1, Globo Comunicação e Participações (22 de março de 2011). «Prêmio Jabuti anuncia 'mudanças significativas' em sua 53ª edição». Consultado em 4 de junho de 2011
- ↑ Paulo Ramos (25 de setembro de 2013). «Jabuti desorientado». UOL
- ↑ Samir Naliato (27 de outubro de 2015). «Os quadrinhos indicados ao Prêmio Jabuti 2015». Universo HQ
- ↑ Prêmio Jabuti cria categoria para histórias em quadrinhos