Rinóforo
Nos moluscos gastrópodes opistobrânquios, os rinóforos[1] são cada um dos dois quimiorreceptores que lhes encimam a cabeça, sendo, por vezes, considerados tentáculos cefálicos, por causa do formato.[2]
Consoante a espécie, os rinóforos podem afigurar-se de diferentes feitios, podendo apresentar-se com formatos ondulados, simples ou ramificados, bem como, ainda, sob as formas de maça, varinha ou de folha.[2]
Os rinóforos são também típicos dos aplisídeos e dos nudibrânquios.[3]
Etimologia
[editar | editar código-fonte]O substantivo «rinóforo» refere-se à função olfactiva deste órgão.[1]
O vocábulo é formado pelos elementos morfológicos rino- e -foro.[1][4]
O primeiro deriva de genitivo do étimo grego antigo ῥίς, ῥινός rhís, rhinós, "nariz",[5] e o segundo do sufixo do latim científico -phorus, tirado do grego antigo -φορος, -phoros "suporte", "que leva", derivado do verbo φέρειν phérein "levar em cima", "transportar".[6]
Função
[editar | editar código-fonte]Os rinóforos são receptores de cheiros ou sabores, conhecidos como órgãos quimiossensoriais, situados na superfície dorsal da cabeça. Servem principalmente para quimiorrecepção e reorrecepção (percepção de fluxo de fluidos) a distancia.[7]
Os odores detectados pelos rinóforos são substancias químicas dissolvidas na água do mar. A estrutura fina e os pêlos do rinóforo oferecem uma maior área de superfície, por molde a maximizar a detecção química.[8] São estas valências do rinóforos que ajudam as espécies de nudibrânquios a detectar e captar as suas presas, bem como a descobrir parceiros sexuais.[3] Na espécie Aplysia californica, os rinóforos são capazes de detectar feromonas.[7]
Protecção dos rinóforos
[editar | editar código-fonte]Para proteger os rinóforos mais salientes contra as mordidelas dos predadores, a maioria das espécies de nudibrânquios, quando ameaçados, pode retrair os rinóforos sob a pele.[8]
Estrutura
[editar | editar código-fonte]Nos adultos, reprodutivamente maduros, do género Aplysia, o rinóforo mede aproximadamente 1 centímetro de comprimento.[7] A organização neuroanatómica inclui um sulco no rinóforo, onde a maioria das células sensoriais parecem estar concentradas.[7] O seu epitélio sensorial contém neurónios sensoriais que projectam o axónio de volta aos gânglios e às dendrites do rinóforo e que terminam num cílio exposto à superfície ou numa pequena protuberância.[7]
Galeria
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b c Infopédia. «rinóforo | Definição ou significado de rinóforo no Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa». Infopédia - Dicionários Porto Editora. Consultado em 20 de janeiro de 2022
- ↑ a b Garrido, C. (1997): Dicionário terminológico quadrilíngue de zoologia dos invertebrados. Alemám, Inglês, Espanhol, Galego-Português. A Corunha: Associaçom Galega da Língua. ISBN 84-8730-512-1.
- ↑ a b «Nudibrânquios: Incríveis lesmas marinhas são animais mais coloridos do mar». educacao.uol.com.br. Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- ↑ rhinophore no Merriam-Webster Dictionary.
- ↑ «ῥινός - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- ↑ «φέρειν - WordSense Dictionary». www.wordsense.eu (em inglês). Consultado em 14 de fevereiro de 2022
- ↑ a b c d e Scott F. Cummins, Dirk Erpenbeck, Zhihua Zou, Charles Claudianos, Leonid L. Moroz, Gregg T. Nagle & Bernard M. Degnan. (2009): "Candidate chemoreceptor subfamilies differentially expressed in the chemosensory organs of the mollusc Aplysia". BMC Biology 2009, 7:28. (Texto completo).
- ↑ a b Rhinophore in nudibranchs
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Wertz A., Rössler W., Obermayer M. & Bickmeyer U. (2006): "Functional neuroanatomy of the rhinophore of Aplysia punctata". Frontiers in Zoology 3: 6. (Texto completo).