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Vir Cano

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Vir Cano
Vir Cano
Nascimento 1978 (46 anos)
Quilmes
Cidadania Argentina
Alma mater
  • Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires
  • Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires
Ocupação filósofo, escritor, professor universitário, ativista LGBTQIAPN+

Vir Cano (Quilmes, 1978) é uma pessoa escritora, doutorada em filosofia, e docente universitária argentina. Tem publicado vários livros de sua autoria e coautoría, assim como editado e compilado em outras publicações.[1] Desenvolve também estudos de investigação e é ativista pelos direitos LGBT e das mulheres. Identifica-se como pessoa não binária e utiliza ambos pronomes "elle" e "ela".[2]

Em 1993 quando tinha 14 anos de idade, perdeu o seu irmão mais velho, então com 20 anos, vítima num acidente automobilístico. Este facto foi determinante na sua vida e formação, marcando um processo de luto ao longo de anos, que culminou na sua obra Dar (el) duelo: Notas para septiembre, no qual também encausa o luto pelo seu género e identidade feminina.[3][4]

Após a publicação da obra, começou a utilizar o nome Vir Cano, identificando-se como uma lésbica masculina não binária.[4] Utiliza ambos os pronombres "elle", considerado neutro em castelhano, e "ela".[5]

Conversa com Vir Cano moderada por Silvina Giaganti no Centro Cultural Recoleta, 2021

Em 2005, recebeu o diploma de honra pela sua licenciatura em Filosofia da Faculdade de Filosofia e Letras (Universidade de Buenos Aires) e em 2010 o doutorado pela mesma faculdade,[6] exercendo pouco depois como professor adjunto de Ética e Problemas especiais de Ética na mesma universidade, sendo ainda membro do Instituto de Investigações de Estudos de Género de dita instituição.[7]

É também docente na Universidade Nacional de Lanús e na Universidade Nacional de Três de Fevereiro na Maestría em Estudos e Políticas de Género,[8][9] e investigadora assistente no CONICET na disciplina de Filosofia.[10]

Como autora, tem escrito em vários meios como a revista Anfibia e Página/12, assim como participado em palestras na Argentina e outros países.[1][11][12][13][14][15]

Estilo e influências

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Na sua escrita, Vir Cano centra-se em temas como o luto, a dor, a vida e a morte, ou o amor e a amizade, e como estes temas se relacionam com a lógica capitalista e patriarcal,[16][17][18] criticando e reflexionando sobre os mandatos hetero-cis-mono-normativos, capacitistas e individualistas.[19]

A sua filosofia tem tido grande influência da obra do filósofo Friederich Nietzsche

Nietzsche é um desses autores que me marcaram como fogo. Apesar de há anos não me dedicar à sua filosofia, há algo seu que sempre me acompanha. (...) é um filósofo de risco, de emoção, de dúvida e de corrosão; é um intelectual que lança a suspeição e a subversão nas ferramentas do pensamento e da sua transformação. Não sei se fui um bom discipúlo, mas com sorte, algo desse espírito de revolta e de crítica atravessa os meus escritos.
— Vir Cano, 2021

Também tem tido influência teórica de Jacques Derrida, Mónica Cragnolini, Marlene Wayar e Judith Butler.[19][4]

É ativista LGBT, com especial ênfase na defesa dos direitos das lésbicas, considerando-se a si como militante lésbica e feminista.[20][2]

A 26 de março de 2015, participou ao lado de Marta Dillon na maratona de leitura Ni una menos, (antecedente ao movimento Ni una menos) onde leram o seu ensaio Que la rabia nos valga.[21][22]

Publicações

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  • Estudios Nietzsche (España)
  • Instantes y Azares
  • Escrituras nietzscheanas
  • Gente rara
  • Arte, cultura y disidencia sexual (Venezuela)
  • Labrys
  • Estudos feministas (Brasil)
  • Judith Butler, su filosofía a debate. Co-compilação
  • Mala reputación (2022) Documentário[24]
  1. a b «Vir Cano». Revista Anfibia. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  2. a b «Vir Cano. Perfil del autor». el-libro.org.ar. Fundación El Libro. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  3. «El duelo como una trama entre la vida y la muerte». Página/12. 26 de novembro de 2021. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  4. a b c ««Las pérdidas escapan a la lógica capitalista de la reapropiación de la energía»». El grito del sur. 18 de maio de 2021. Consultado em 25 de janeiro de 2023 
  5. «Vir Cano (elle/ella) (@doc.torta) • Fotos y videos de Instagram». Instagram (em espanhol). Consultado em 27 de julho de 2023 
  6. «CANO, VIR». Secretaría de posgrado. Facultad de Filosofía y Letras, UBA. Consultado em 26 de junho de 2023 
  7. «Integrante Cano, Vir». Instituto de Investigaciones de Estudio de Género. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  8. «VIR CANO JURADO LITERATURA / 2021». La Bienal (buenosaires.gob.ar). 2021. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  9. «Territorios resistentes: disidencia sexual, precari/e/dad y articulación colectiva». conti.derhuman.jus.gov.a. Centro Cultural de la Memoria Haroldo Conti. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  10. «INVESTIGADORES: CANO VIRGINIA MABEL: datos académicos». CONICET. Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  11. «Virginia Cano». Página/12. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  12. «Conversatorio con Vir Cano». maryread.es. 31 de outubro de 2022. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  13. «"Que la rabia nos valga". Políticas y resistencias afectivas con Vir Cano.». centroculturalrecoleta.org. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  14. «La escritura: campo de lucha, disputa y activismo con el que legitimar nuevos sentidos». untref.edu.ar. Mundo UNTREF. 28 de setembro de 2021. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  15. «Inscripción para el Conversatorio virtual "Apuntes en el desacato"». ungs.edu.ar. 22 de agosto de 2022. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  16. «Las amistades también se rompen y no hay nombre ni lugar para ese duelo». Página/12. 23 de abril de 2022. Consultado em 26 de julho de 2023 
  17. «Vir Cano: "Creo que los vínculos amistosos son un lugar para explorar otras maneras de amar"». Sudestada. Editorial Sudestada. 16 de julho de 2023. Consultado em 26 de julho de 2023 
  18. «Existencias lésbicas: Virginia Cano». Periódicas. 3 de abril de 2021. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  19. a b «Temblor, desacato y conmoción. Entrevista a vir cano». elsaltodiario.com. 4 de novembro de 2022. Consultado em 26 de janeiro de 2023 
  20. «La Lesboteca: un podcast de historias de iniciación». SOY. Página/12. 18 de dezembro de 2020. Consultado em 27 de janeiro de 2023 
  21. «How #NiUnaMenos Used Discourse and Digital Media to Reach the Masses in Argentina». Latin American Research Review. Cambridge University Press (em inglês). 57 (1): 100–116. De março de 2022. doi:10.1017/lar.2022.6. Consultado em 27 de janeiro de 2023. Later in the maratón, Vir Cano and Marta Dillon read their essay “Que la rabia nos valga.” This text stands out because it positions Argentine women as individuals with agency and as a collective group with power.  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (ajuda); Verifique data em: |data= (ajuda)
  22. «Ni una Menos». Soy. Página/12. 2 de abril de 2015. Consultado em 27 de janeiro de 2023 
  23. «Po/éticas afectivas: Apuntes para una re-educación sentimental». Consultado em 29 de janeiro de 2023 
  24. «Mala reputación. Ficha técnica». La vanguardia. Consultado em 29 de janeiro de 2023 

Ligações externas

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